sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DAS ELITES E DOS LIVROS

Em resumo, estamos como estamos na actual situação, má até a nível internacional, por duas simples razões: 1) as infecções na população idosa (mais de 80 anos) está descontrolada, sobretudo por causa dos lares; 2) a taxa de mortalidade dos internados está mais de 3 vezes superior à registada em Setembro (ou seja, mais mortes não se deve sobretudo à existência de mais internados, mas sim ao colapso do sistema de saúde).

No entanto, vejo muitos amigos e conhecidos daquilo que se pode chamar “elites da Cultura”, por aqui, muito ciosas da necessidade de confinamento GERAL de TODA a população, mas sem exigir medidas eficazes de controlo das infecções nos lares e sem exigir responsabilidades ao Governo por não ter reforçado o SNS (durante o Verão) na luta contra a covid sem ser à custa do adiamento de consultas e agora até cirurgias oncológicas (e nem assim será suficiente).

Vejo, no entanto, agora, essas elites tremendamente preocupadas e escandalizadas com a falta de lógica por não se deixar as livrarias abertas. As livrarias.

Porém, acham lógica em tudo o resto. 

Eu acho que, de facto, deveria manter-se as livrarias abertas. Mas só com autorização para vender uns livros de Matemática básica, de como interpretar dados e gráficos, de estratégias de Saúde Pública e sobre manipulação de massas. E esperava, depois, que as elites da Cultura fossem lá a correr em vez de continuarem a olhar para o umbigo. E para que se instruíssem. A Cultura não é só artes.

1 comentário:

  1. Estimado P. de Almeida Vieira,
    Quem define uma elite? A "Elite". Lembrei-me de Juvenal:
    Quis custodiet ipsos custodes [in Sátiras]
    Quem guardará os guardas?
    Abraço
    oliveira

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