sábado, 23 de janeiro de 2021

DA COVID PORTUGUESA E DA COVID DA EUROPA

Vejam o gráfico. Vejam bem mesmo.

Actualmente, a situação em Portugal, em relação à covid, é complicada. Mas também é bom inculcar-se que o "sucesso" da invasão de um inimigo, mesmo que seja um vírus, depende das nossas capacidade de organização e de defesa.

E vamos ser claros. Portugal é agora, de longe, o país que está em pior situação da UE se considerarmos a mortalidade por covid padronizada à população portuguesa (cerca de 10,2 milhões de habitantes). Está com uma média móvel de 7 dias de 212 óbitos.  Um absurdo. Se excluirmos o Reino Unido, já não pertencente à UE, os países mais próximos são de Leste (a rondar os 140), que não tiveram primeira vaga.

De resto, estamos com mais do dobro das mortes (padronizadas) de países como a Alemenha e a Irlanda, que tiveram um forte aumento de intensidade da covid nas últimas semanas. Estamos com quase o triplo da Itália. Com quase 4 vezes mais do que a Espanha, Nem vale a pena falar da Suécia, que mesmo com as actualizações não ficará acima do nível de Espanha. Da Finlândia então nem vale a pena falar, mas mostra bem como a realidade da covid não é a mesma ao longo da Europa.

Diria que, sendo certo haver um recrudescimento da pandemia (por via da sazonalidade), seria "aceitável" que Portugal estivesse a registar 100-140 óbitos por dia. Mas nada disto está a suceder nas últimas duas semanas, e andamos agora com dias sucessivos a ultrapassar os 200 óbitos diários e a aproximar-se dos 300.

Portugal, o seu Governo e o nosso SNS, estão a falhar rotudamentente ao nível da assistência aos doentes-covid. Não culpem o inimigo, quando as defesas miliares estão a mostrar-se paupérrimas. 

Outros países, no início da pandemia, falharam. Mas aprenderam. Nós não. Não aprendemos e achámos que bastava rezar à Nossa Senhora de Fátima. E o Governo achou que desaparecerem mais de 900 médicos durante o ano passado, ou não investir em mais camas hospitalares, ou em reforço de estudos epidemiológicos, não trazia consequências nefastas.

Além de tudo isto, quase todos os países da UE estão com tendência decrescente, ou seja, o pico desta segunda vaga verificou-se em Dezembro, e estão agora a descer. Portugal está no auge. O dia de ontem atingiu o máximo de sempre e op máximo da média de 7 dias. 

Seria bom que se assumisse que está tudo mal, porque se não servir para remediar este "terramoto", terá de servir para evitar o seguinte. Com outras políticas. Com outros políticos.



1 comentário:

  1. Nós não tivemos 1ª vaga, basta ver no Euromomo. A 1ª vaga é esta (e é pior, após meses de ausência de cuidados médicos decentes às populações)
    Marvl

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