sábado, 9 de janeiro de 2021

DA BOTA E DA PERDIGOTA

Pelo quarto dia consecutivo, Portugal teve mais de 500 óbitos num dia. Pelo sexto dia consecutivo houve mais de 200 óbitos entre a população com mais de 85 anos. Pelo quarto dia consecutivo, os hospitais registam muito mais de 300 óbitos por dia. 

Desde que existem registos, tal nunca sucedera. Em apenas  oito dias deste ano houve mais dias superando os 500 óbitos do que em todos os dias do período entre 1 de Janeiro de 2014 e 31 de Dezembro de 2020.

Entretanto, as urgências em Janeiro de 2021 estão nos níveis mais baixos para período homólogo desde que há regstos. Estão mesmo abaixo da afluência às urgência dos mais amenos dias de uma luminosa Primavera ou das suaves semanas de um sereno Setembro.

E estamos agora a passar por uma vaga de frio intenso. 

Não bate a bota com a perdigota.

O Governo e o seu SNS continuam a olhar para isto como se tudo se explicasse pelas mortes SARS-Cov_2, "manejando" os casos positivos e os óbitos a seu bel-prazer.

Dava um doce a quem me dissesse a mortandade que está a ocorrer nos lares neste Janeiro, tanto por covid como por outras causas.




2 comentários:

  1. Brilhante Pedro. Tenho acompanhado o seu trabalho, o qual poderia apelidar de verdadeiro serviço público. O estudo e os números que apresenta são extremamente importantes para desmascarar toda esta realidade paralela, que apenas existe nas palavras da maioria dos nossos políticos e na narrativa absurda e descontextualizada apresentada pelos media. Aliás, a bota não bate mesmo com a perdigota, desde o início de toda esta histeria, e isso é tão óbvio que nem seriam necessários números para o demonstrar. Em todo o caso, os números que o Pedro aqui apresenta são claros e evidenciam a manipulação óbvia da informação que nos chega todos os dias através de algo a que se continua estranhamente a chamar de jornalismo. Parabéns!

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  2. Para mim é intuitivo, evidente e claro que a perdigota mora na bota.
    oliveira

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