Bem sei que estas análises não me fazem muito popular, mas aqui vai uma que mostra, demonstra e confirma que o Ministério da Saúde anda aos papéis e o Governo gere a pandemia para se sair bem e não para cuidar da Saúde Pública e da nossa Economia.
Sabemos agora que, por via de umas festarolas ilegais, os jovens foram colocados como os culpados de uma nova vaga que, hélas, coloca o Governo de pau em riste, a querer multar-nos e nos colocar novamente com restrições.
Não quero ser muito extenso, por isso quem quiser veja os gráficos que coloco em que se mostra a evolução dos casos positivos por grupo etário desde Março (usando a média móvel de 7 dias). Vou fazer uma breve síntese dos aspectos que mais se salientam:
a) há apenas um "disparo" recente de casos positivos: os maiores de 80 anos - que passam de 14 casos por dia em 13 de Junho para 32 em 22 de Junho. Porém, embora preocupante, pela rápida subida relativa, os valores são muito menores do que em pleno confinamento (Abril, por exemplo). Esta é a parte mais crítica, porque a taxa de letalidade (óbitos por casos positivos) é muito elevada (cerca de 20%)
b) os (três) grupos dos 50 aos 79 anos apersentam também subidas, mas iniciadas há mais tempo, e com níveis muito mais baixos do que em pleno confinamento em Abril. As subidas têm sido graduais e com tendência a estabilizar. No grupo dos 70-79 anos essa estabilização é aina mais evidente, o que mostra que muito provavelmente o problema dos maiores de 80 anos se está a colocar nos lares.
c) as maiores subidas, abruptas mesmo, atingindo níveis superiores ou semelhantes a Abril colocam-se nos dois grupos mais jovens (0-9 anos e 10-19 anos), mas não é nada recente, não é da última semana. Vem desde início de Maio, e resulta do desconfinamento. Não é, repito, recente. Há muito que era visível. Em todo o caso, não são valores em absoluto demasiado preocupantes, sobretudo tendo em conta que este grupo é intrinsecamente de risco nulo.
d) O grupo dos jovens dos 20-29 anos (onde se insere sobretudo os tais das festanças), a evolução no número de casos também não é recente. No início de Maio tinha cerca de 34 casos por dia; agora tem 66, mas nem sequer está no pico. O pico foi atingido no dia 8 de Junho (71 casos, na média móvel de 7 dias). Portanto, as festas da última semana não são as culpadas. Ou, se o são, começaram há mais de um mês.
e) No grupo dos 30-39 anos e 40-49 anos, as subidas relativas no último mês também são significativas mas também graduais. No entanto, mais uma vez, estão muito abaixo do período de confinamento.
Resumo: na verdade, só os maiores de 80 anos tiveram um "disparo" recente no número de casos positivos. Os restantes grupos têm vindo paulatinamente, dia após dia, desde Maio, a subir o número de casos, mas alguns até estão a estabilizar, embora nos menores de 20 anos tal não suceda.
E perante isto, qual a medida mais emblemática do Governo para os próximos dias? Fecha os cafés às 20 horas e proibe ajuntamentos de mais de 10 pessoas! Vai dar um resultado do caraças, vai, vai!.