O gráfico que aqui apresento - e demorei 30 minutos a fazê-lo - recorre aos casos positivos detectados desde 4 de Maio até 21 de Junho e à população por grupo etário (estimativas populacionais do INE). Vamos lá a um raciocínio rápido. Sendo certo que há mais casos positivos nos grupos dos 20 aos 39 anos, não há, para já, indícios que estejam a «contaminar» os grupos dos seus pais (que terão até 70 anos, ou mesmo até aos 80 anos), porque aí as taxas de contaminação são bastante mais baixas. Também não estarão a contaminar os seus eventuais filhos, porque as taxas são também baixas para os grupos etários abaixo dos 20 anos.
Na verdade, a partir do grupo dos 20-29 anos observa-se uma paulatina diminuição de casos positivos nos grupos etários seguintes, mas depois surge um grave problema: aumenta, e bastante, nos maiores de 80 anos (que suplanta mesmo o grupo dos 50-59 anos). O que está a suceder? São os netos, esses energúmenos, que estão a contaminar os avós mas não contaminam os pais? Ou será antes outra coisa?
Efectivamente, o que nos deveria preocupar nesta história da pandemia é a protecção activa dos idosos (especialmente nos lares), que são sem dúvida o grupo de maior risco. Continuamos a ter demasiada contaminação neste grupo etário, mas isso não se controla vedando a vida quotidiana a toda a população, até porque, com ou sem confinamente, teremos casos (podem ser menos) e teremos sempre que «impor» um controlo apertado nos lares de idosos. Não se discutir o que se anda a passar nos lares (veja-se Reguengos) e andar agora a culpar jovens energúmenos parece-me meio caminho andado para não resolvermos o problema. E, acreditem, os bodes expiatórios só funcionavam na Bíblia.
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