segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

DOS MÉDICOS PELO DESCANSO

Começo a achar que as notícias veiculadas por alguns médicos sobre o alegado aumento do fluxo nas urgências, a par da campanha da DGS para não se ir a correr para os hospitais se se ficar doente, tem um objectivo claro: poupar dinheiro ao Estado e dar descanso ao médicos, tudo isto sem qualquer preocupação sobre as consequências para a Saúde Pública, em geral, e para a saúde individual.

Eu olho para o fluxo ds urgências desde o início da pandemia, e pasmo. As quedas são brutais. Aliás, um exemplo paradigmático passou-se no dia 26 de Dezembro. Por norma, este é o dia, em qualquer ano pré-pandemia, com maior número de urgência hospitalares, consequência óbvia do Dia de Natal, e por a véspera ter um decréscimo. Entre 2016 e 2019, ano com dados, aquele dia teve sempre mais de 21 mil visitas às urgências.

E o que aconteceu este ano? Apenas 11.332 visitas! Ou seja, quase metade da média para o mesmo dias dos quatros anos anteriores!

O dia 26 de Dezembro de 2020, ao nível de urgências, esteve mesmo abaixo do mais calmo dia de 2019 (21 de Abril), quando então se contabilizaram 12.555 visitas às urgências.

Senhoras médicas e senhoras médicos, por favor: se a deontologia já não basta, pelo menos que conte o brio profissional: não pactuem com políticas de histerismo e de pânico; lutem para que as pessoas procurem com confiança os serviços de urgência, mesmo havendo muitos casos de falsas urgências. Em muitos casos, por medo, as pessoas deixaram de ir ás urgência e acabaram mortas. Estão em causa vidas humanas. Nem tudo vale na luta contra a covid. 



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