O título é grande, mas é propositado. Não há muito a dizer. Apenas relembrar que nem sempre aquilo que parece, é. Não é por um Governo andar num corrupio de declarações televisivas, num frenesim de papel que nos leva a um Estado autoritário, não é por se criar condições psicológicas colectivas que impelem as pessoas a ser polícias de costumes dos outros, não é com estratégias absurdas que se consegue vencer uma pandemia.
A Suécia bem avisou que a pandemia não era um sprint, mas sim uma maratona. Portugal andou a vestir-se de lebre, quando não passa de um caracol com um SNS tão sólido como a casca do gastrópode.
Além disso, a Suécia não está com sobremortalidade não-covid, ao contrário de Portugal.
Ah, e já agora, o Brasil e a França, em mortes-covid por mihão, já estão atrás de Portugal.
A Suécia fechou o ano 2020 com uma taxa de mortalidade bruta de 9,5 óbitos/1.000 habitantes, caindo dentro do intervalo registado nos últimos anos [8,6 a 9,7]. Foi a mesma da Dinamarca e inferior à da Finlândia (9.9). Já Portugal registou uma taxa de mortalidade bruta de 12/1.000, que não encontra paralelo nos anos anteriores. Prosápia não faltou por cá, tendo-se esgrimido dedos acusadores à opção sueca. Muitas pessoas continuam sem assumir - por condicionamento ideológico ou egocentrismo - de que o paradigma do virtuosismo das restrições no plano da saúde publica está em crise. Fracassou no controlo dos efeitos da pandemia, porém foi altamente eficaz provocando efeitos deletérios sobre a saúde extra COVID. Infelizmente, os decisores técnicos e políticos continuam a portar-se como pescadinhas de rabo na boca...
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