A médica Isabel do Carmo, 80 anos, com um passado político conhecido, foi entrevistada na SIC, depois de um artigo de opinião no Público, que relatava a sua experiência de internamento de 10 dias no hospital depois de ter sido infectada pelo SARS-COV-2 num encontro familiar de Natal. No mesmo encontro, fica-se a saber, foi infectado também o seu ex-marido, Carlos Antunes, seu "companheiro de armas", 82 anos, que acabaria por falecer. Tinha, pelo que ela disse, um cancro no fígado.
Aquilo que sucedeu à sua família foi uma fatalidade, embora o seu tom não transparecesse - até por na parte final da entrevista ela se ter quase regozijado se ter lembrado de meter livros na mochila para o internamento. Mas, na verdade, a única coisa ilógica que assisti na entrevista foi o jornalista Miguel Ribeiro rematar:
"Isabel, muito obrigado por ter partilhado connosco a sua experiência, e que nos sirva de lição, também a muitos que têm andado distraídos porque as ruas ainda estão com gente e mais".
Sinceramente, não entendo esta lógica da batata. Este incitamento às pessoas para não andarem na rua é completamente absurda. Mais ainda sabendo o caso concreto que acabara de ser relatado.
Link para a entrevista na SIC, aqui.
Dei aulas prácticas no H. de Santa Maria (HSM) durante 47 anos. Nunca quis ser 'assistente'. Gosto imenso de ser livre e a minha coluna também. Nunca me dispensaram porque, cedo percebi, eu fazia falta.
ResponderEliminarCom três turmas por ano, eu começava a chamar a atenção aos alunos que uma Escola é para ensinar e que uma Faculdade é para formar. Que eles não esperassem que eu os fosse ensinar acerca de coisas que eles tinham a obrigação de já saber.
No fim dizia que quando uma faculdade dava o grau de Doutor a uma pessoa condenada (como responsável por homicídios) por um Tribunal legítimo — uma amnistia é um acto burocrático — deixava de ser uma faculdade e passava a um bando de malfeitores.
Havia sempre alguém [um rapaz] que inquiria: a prof Isabel do Carmo?
Eu respondia: tu o disseste.
Sério? E porque não se identifica? E porque ficou 47 anos a trabalhar com um bando de malfeitores?
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