O SICO-eVM contabiliza, para o dia de ontem, e por agora, 711 óbitos. Com rectificações, o número deve aumentar. Destas, 221 foram covid. Significa que cerca de 500 serão não-covid. Nos anos em que a gripe é fraca (p. ex., 2016), a mortalidade total por dia, neste período, ronda os 370. Vejam em que pé estamos, e não é só pela covid. Nem é sobretudo pela covid.
Para quem andou a defender que a covid é que era importante, e que o resto podia esperar, eis o lindo resultado: a estratégia do Governo (de gerir a imagem e culpando a população,, de andar a mentir sobre os meios disponíveis, e cingir-se a atacar uma pandemia com base em testes e produção de legislação sobre restrições) não só não impediu um aumento da letalidade nos doentes covid como implicou uma mortandade nas afecções não-covid neste Janeiro do nosso decontentamento e de pessoas descompensadas por meses de falta de assitência médica decente.
Minhas senhoras e meus senhores, se têm mais de 45 anos, cuidem-se. Rezem. Os primeiros 20 dias de Janeiro têm sido um caos, com aumento inusitado da mortalidade em todas as faixas etárias a partir da meia-idade. Mesmo naquelas em que a covid apresenta baixa letalidade.
Embora nos menores de 45 anos, a mortalidade em relação à média registe uma variação pouco significativa (e até aos 24 anos até diminuiu), nos primeiros 20 dias de Janeiro disparou para quase 60% na faixa dos maiores de 85 anos. E também subiu muitíssimo logo a partir dos 45 anos, com subidas entre os 34% e os 48%. E isto não é explicado, nem pouco mais ou menos, directamente pelo SARS-CoV-2.
Eis o caos em todo o seu esplendor. Achavam que só se morria de covid? Apoiaram o Governo para que só pensasse em covid, e que "tudo o mais vá pró inferno", como naquela canção do Roberto Carlos? Pois bem, o Inferno está instalado. A culpa é da covid, não é? Dos mal comprtados, não é? Dos doentes, não é? Pois é! É dos doentes; de todos os doentes; e só dos doentes. Se morrem por uma qualquer doença, por falta de assistência médica, a culpa só pode ser dos doentes; nunca do Governo/Estado. Onde já se viu exigir a um Governo que crie condições para tratar da saúde dos seus cidadãos?
A culpa, vão dizer muitos, é indirectamente daqueles que, portando-se mal, se deixaram infectar pelo SARS-CoV-2 e que entupiram o SNS. Claro que sim. Nunca jamais é do Governo que nada fez perante a diminuição de mais de 900 médicos no SNS em plena pandemia, e que dizia ter mais de 17.000 camas para uma segunda vaga, quando afinal só tinha pouco mais de 2.000... Sim, o Governo não tem culpa. Durmam descansados... até ao sono eterno, que provavelmente não será de covid, mas de outra mazela tratável mas que se torna intratável num SNS feito em cacos.
Fonte: SICO-eVM.
Claro que um tipo exagerado como Vexa, nunca 'terá saída' neste paiseco.
ResponderEliminarE aquela canção do Roberto Carlos até foi aproveitada pela nossa CEP para acompanhar o Padre-Nosso, sem saberem a letra original. Conferi isto com vários priores; era espantosa a sua reacção ao descobrirem a realidade. Por estas e por outras, uso a palavra 'paiseco'. Tão longe do mítico Luiz Vaz...
Porquê nalguns países os governos não testam nem vacinam à doida? Sempre souberam que o dinheiro foi, é, será caro. As indemnizações serão muito superiores ao custos de qualquer escolha tonta.
Pergunto para onde irão fugir alguns políticos desta época. Respondem-me: aonde tiverem amigos.
Isto foi escrito a ouvir «foi no domingo passado que passei...»
oliveira
E diz-se que a Suécia é que falhou. Só que Portugal está a registar mais 100 mortes COVID por dia do que o pior dos dias na Suécia (28/12) e em termos de mortes não-COVID a diferença... é abissal.
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