Ontem, o conhecido Hospital Amadora-Sintra, que no seu site se apresenta "uma unidade de saúde que combina a excelência dos seus profissionais com as mais modernas práticas médicas, procurando responder a uma população de mais de 600 mil habitantes nos concelhos de Amadora e Sintra", contava com 65 doentes covid (tenho de escrever assim por causa da censura do FB), dos quais nove em medicina intensiva.
O Conselho de Administração do hospital diz estar na contingência de alocar mais camas para doentes covid, o que implicará "redução da actividade programada".
Portanto, lá vamos nós voltar ao mesmo: "chutar" utentes (mesmo se necessitarem de internamento) para morrerem prematuramente daqui a uns dias, semanas ou meses, até porque desses não há contabilização nem a imprensa se preocupa. Não é por acaso que Portugal é um dos poucos países europeus que, desde o início da pandemia, apresenta um excesso de mortalidade não-covid. Por exemplo, a França, a Bélgica e a Suécia, que registaram mair mortalidade por covid, não registam excesso nã-covid, pelo contrário, tiveram uma redução.
P.S. Uma das coisas que a pandemia veio revelar foi a "pobreza franciscana" do nosso SNS. Pesquisando a página do Hospital Amadora-Sintra fica a saber-se, por exemplo, que antes da pandemia existiam apenas quatro camas de UCI nível II (existem três níveis), sendo que uma obra urgente em curso vai conseguir, por 802 mil euros, aumentar em 15 camas esta unidade. Parece muito? Não é nada! É quase o que nos anda a custar a parafernália de testes PCR em apenas um dia.
A França e a Bélgica (e o Luxemburgo) são os únicos países da Europa que, na classificação de morte associada à COVID-19, incluem os casos prováveis (por mera suspeição clínica), ainda que sem confirmação laboratorial (ver ECDC. COVID-19 Surveillance Report). Este facto pode inflacionar (ainda mais, acrescento eu) o número real de mortes COVID-19 nestes países, confundindo a comparação com terceiros onde, para a classificação de morte, se requer um teste positivo.
ResponderEliminarAté 17 de Maio, na Bélgica, menos de um quarto das mortes COVID-19 que ocorreram em lares de idosos (que representavam metade das totais)foram confirmadas por resultado laboratorial (ECDC. Surveillance of COVID-19 in long-term care facilities in the EU/EEA).