Continuem a achar que tudo se resolve com máscaras na rua e recolher obrigatório... Não se preocupem em saber o que verdeiramente se tem estado a passar nos lares nas últimas semanas... onde vivem cerca de 100 mil idosos, quase todos bastante vulneráveis. E onde é preciso uma gestão profissional, e não uma gestão de "tapa.-buracos" cheia de voluntarismo mas ineficaz.
Pelo indicadores de crescimento dos casos nos maiores de 80 anos nos últimos dias, os utentes dos lares - esses, que nem sequer saem à rua e estão assim sujeitos a recolher obrigatório - vão ser as principais vítimas nas próximas semanas.
Pelas minhas estimativas, em função da incidência e das taxas de letalidade, vamos ter ao longo da primeira quinzena de Novembro (e independemente do que se fizer nos próximos dias... há um fenómeno de inércia subjacente), mortalidade diária por covid será, numa projecção mais favorável de 32, podendo chegar aos 47. Destes, cerca de dois terços serão pessoas de 80 anos.
São valores elevados? Sim, sobretudo para o grupo mais idoso (maiores de 80 anos), mas deveríamos saber duas coisas fundamentais: a mortalidade em período homólogo com as infecções respiratórias (e saber as mortalidades deste ano), e SOBRETUDO saber quantos dos idosos falecidos viviam em lares e quantos dos idosos falecidos não moravam em lares. Não saber isto é eviesar por completo a correcta avaliação da gestão de uma pandemia.
Nota: Estimativas próprias através da incidência por grupo etário (casos positivos entre 4 e 27 de Outubro) e das taxas de letalidade ao longo do tempo por grupo etário.
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