Portugal prepara-se para impor a obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas. DevÍamos olhar para o caso da Itália antes de nos abalançarmos para estas aventuras face à fraquíssima evidência de efeitos positivos de se andar horas sucessivas com "trapos nas fuças", que são, aliás, propiciadoras de usos inadequados que podem, outrossim, auxiliar as infecções. Aliás, esse risco constitui uma das razões para a Agência Sueca de Saúde sempre ter optado por não colocar o uso das máscaras sociais na sua estratégia.
A Itália, como se sabe, impôs no dia 7 de Outubro (e antes disso, no dia 3 em Roma, como assisti in loco) o uso obrigatório de máscaras nas ruas. Entre 5 e 7 deste mês, este país tinha registado uma média diária de 59,7 casos positivos por milhão de habitantes, um valor relativo então inferior à Suécia (79,9 por milhão), onde a máscara não é obrigatória em qualquer circunstância. A dimensão dos casos positivos na Suécia não parece estar a incomodar em demasia as autoridades suecas, até porque a mortalidade por covid está baixa e controlada. Mas a Itália e seus políticos entraram em pânico com uma subida de casos positivos (ai os falsos positivos, o que fazem), mesmo se a mortalidade por covid está abaixo dos 10% dos níveis de Março e Abril.
Ora, mas admitamos que seja legítimo e prudente que sejam tomadas medidas. Contudo, a serem tomadas medidas, talvez, digo eu, sejam no pior dos casos um placebo. E que jamais façam a situação ficar pior do que não mexer.
Com efeito, se as máscaras sociais nas ruas fossem eficazes, seria suposto que na Itália as infecções registassem uma fortíssima diminuição a partir do dia 13 de Outubro (contabilizando 5-6 dias de período médio de incubação).
Porém, surpresa (ou talvez não), vejam o que está a acontecer em Itália. Enquanto a Suécia manteve, no período 14-16 de Outubro), sensivelmente o mesmo número de casos positivos (média diária de 80,9 por milhão), a Itália, em vez de ter um decréscimo (era esse o objectivo, não?), acabou tendo um acréscimo de 142%! Ou seja, passou de 59,7 casos diários nos três dias anteriores à imposição das nas máscaras na rua para 144,4 casos diários já no período de plena eficácia da média.
Se isto não é um tiro nos pés, não sei já o que diga... E Portugal apresta-se para seguir esta linha, não é? Boa sorte!
É verdade, mesmo a Suécia testando mais do que Itália no período.
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