segunda-feira, 19 de outubro de 2020

DA EVIDÊNCIA DOS EFEITOS DOS TRAPOS NAS RUAS OU COMO DEVEMOS APRENDER COM O CASO DA ITÁLIA

Como sabemos, as máscaras faciais passaram, em poucos meses, de panos irrelevantes (criticados por pneumologistas e desaconselhados pela DGS e OMS) para supostos instrumentos salvíficos na estratégia de alguns países no combate à covid.

De repente, sem sequer se pensar nos efeitos de um uso intensivo, muitos Governos caíram na moda de imporem máscaras faciais mesmo nas ruas. Durante infindáveis horas, as pessoas passaram assim a ser obrigadas a usar máscaras sem que ninguém de bom senso (exceptuando os responsáveis de Saúde Pública em países nórdicos) se questione se, em vez de proteger, as máscaras não serão, nessas circunstâncias, focos de infecção. As pessoas transformaram-se simplesmente em cobaias do desnorte dos políticos.

Fui analisar os efeitos da imposição de mácaras na Itália. Na região de Lazio, que inclui a capital Roma, a imposição ocorreu a partir de 3 de Outubro (eu estava lá e assisti). De acordo com os dados do Ministério da Saúde de Itália, esta região contabilizou, naquele dia, 261 novos casos positivos. Se se considerar uma semana (tempo médio de incubação), então significa que a partir do dia 10 de Outubro todos os novos casos positivos seriam de pessoas infectadas já no período de uso obrigatório de máscara nas ruas. Ou seja, esperar-se-ia então uma diminuição dos casos, assumindo que as ditas máscaras dominuíam o risco de infecção, não é? 

Mas o que aconteceu a partir do dia 10 de Outubro na região de Lazio? Ora, um grande aumento de novos casos positivos. Nesse dia 10 já eram 384 (uma subida de 47% em relação ao dia 3). No dia 18 eram já 1.198 novos casos, i.e., uma subida de 359% em relação ao primeiro dia de imposição.

Similar situação se verificou em outras regiões e em toda a Itália, onde a obrigatoriedade de uso de máscara nas ruas se estendeu a partir de 7 de Outubro. Nesse dia a Itália registou 3.677 novos casos positivos. Uma semana mais tarde, o impacte das máscaras na rua era também o oposto do desejado: no dia 14 já subira, e de forma abrupta, para os 7.332 novos casos. No dia 18 de Outubro atingiu os 11.705. Ou seja, 11 dias depois de se imporem as máscaras na rua, os novos casos positivos diários em Itália tinham mais do que triplicado, registando um aumento absoluto de 9.028 casos. 

Fiz similar exercício para a Lombardia (uma das regiões mais fustigadas pela covid na Primavera) e, mais uma vez, similar efeito: as máscaras na rua em vez de fazerem diminuir as infecções afinal resultaram num aumento: entre 7 e 18 de Outubro os casos positivos aumentaram 472% com uma subida absoluta de novos casos de 520 (dia 7) para 2.975 (dia 18).

É nesta aventura que Portugal se vai meter dentro em breve, quando também impuser máscaras nas ruas. Os doutores Froes e as doutoras Freitas devem ficar muito satisfeitos com estas experiências. E então, depois do desastre que se avizinha com esta coisa dos trapos em todo o lado, os doutores Costa e Sousa encontrar-se-ão, pesarosos, e decretarão estados de sítios e recolheres obrigatórios, até porque, na verdade, a culpa é sempre nossa. Nunca deles.

Nota: os dados de Itália, por dia e região, podem ser consultados aqui.





2 comentários:

  1. Uma questão... houve algum aumento substancial de testes? Nesse período... Se não então a co relação é ainda mais gritante!

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    1. A média diária móvel de testes dos últimos 7 dias aumentou cerca de 23% da semana que terminou a 12 para a semana que terminou a 19 de Outubro. Em termos de casos, duplicaram.

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