sábado, 25 de abril de 2020

DO DESCALABRO

Quem se lembra de uma análise polémica que fiz há cerca de uma semana que calculava o excesso de mortalidade desde Março deste ano não justificada pela covid-19?
Nessa altura, tinha estimado, para o período compreendido entre 15 de Março e 17 de Abril deste ano, um excedente de mortalidade, excluindo a mortalidade por covid, de 679 óbitos, com um intervalo de confiança situado entre 411 e 946 óbitos.
Pois bem, de repente, os dados da Vigilância da Mortalidade são actualizados e surgem mais 562 óbitos nesse período de um mês. Não é meia dúzia a mais. Repito: são 562 óbitos a juntar ao que já era um excesso. Afinal, até houve um dia (4 de Abril) em que morreram mais de 400 pessoas (421 para ser mais preciso), o que já émanifestamente preocupante. O anterior registo era de 363 óbitos. Nesse dia apenas foram reportados 29 óbitos por covid!
Vou ter de refazer as contas e já volto. Mas sinceramente acho que o SNS (leia-se Governo) anda a dar uma ideia delicodoce da situação actual. Se não se está a morrer muito de covid-19, está a morrer-se do que não se devia. E isso é desastroso. Acho sinceramente se podemos confiar num sistema nacional de saúde independentemente da covid.

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