Tem-se uma sensação estranha quando se confronta a mortalidade durante o surto gripal de 2016-2017 e o actual momento em redor da recente pandemia da covid-19. Há cerca de três anos, entre um sepulcral silêncio e uma indiferença completa, registaram-se 21 dias consecutivos - repito, 21 dias consecutivos -, entre 24 de Dezembro de 2016 e 13 de Janeiro de 2017, sempre com mais de 400 mortes diárias. No dia 3 de Janeiro desse ano atingiu-se um pico de 578 mortes!
Enquanto isso, na actual pandemia, o máximo de óbitos foi, até agora, de 379. Sendo um número elevado para a época do ano, não é catastrófico... Por exemplo, só em Janeiro deste ano, durante a habitual época gripal, registaram-se 17 dias com a mortalidade acima dessa fasquia dos 379 mortos.
E pergunto, sem colocar em causa a gravidade da situação: é preciso este omnipresente pânico? E faço outra pergunta: e porque somos indiferentes aos surtos mortíferos de gripe, que matam muito mais do que muitos, quase todos, imaginam?
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