terça-feira, 7 de abril de 2020

DA VIDA E DA MORTE PARA ALÉM DA COVID

Tenho vindo a apresentar algumas análises onde chamo a atenção para a situação do excesso de óbitos não explicado pela covid-19, que se deverá à subcontabilização de casos fatais por esta doença e/ou a outras mortes decorrentes de uma excessiva concentração do SNS no tratamento da epidemia, associada aos receios de idas às urgências em casos de doenças súbitas que se mostram letais.
O gráfico que apresento expõe de uma forma bastante clara esse efeito, dia a dia, desde que foi declarada a primeira morte por covid-19 em 16 de Março. Nas colunas a vermelho apresenta-se o acumulado dos óbitos por covid-19 e a mortaldidade média nos últimos 10 anos, i.e., aquilo que seria expectável estar a suceder se apenas estivéssemnos a ser "afectados" pela covid-19. Na linha a amarelo mostra-se a evolução da mortalidade efectiva registada este ano. A diferença entre a linha e o topo da coluna, em cada dia, será o excesso de mortes não explicadas pela covid-19, que em alguns dias ultrapassa os 50 óbitos. No total, desde 16 de Março até 5 de Abril, estimo a ocorrência de 497 mortes não explicadas pela covid-19. Como até 5 de Abril estavam contabilizadas 311 mortes pela covid-19, há então outra "praga" mais letal que está a atingir Portugal e aparenta não ser tão combatida pelo SNS como devia.

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