sábado, 19 de dezembro de 2020

DAS OBSESSÕES DO PÚBLICO

O nosso outrora jornal de referência Público tem duas obsessões observáveis em função da frequência noticiosa. 

A primeira é a SUÉCIA, país que tem a 15a. maior taxa de mortalidade por covid na Europa e a 24a. a nível mundial. Não é, portanto, nem o paraíso nem o Inferno. Está este mês até abaixo da nossa vizinha Espanha, que tem suportado muito melhor do que Portugal a segunda vaga (o que levou a sair da esfera noticiosa). Razão da obsessão pela Suécia: os jornalistas do Público, seguindo os seus colegas do Reino Unido (por sinal bem piores do que a Suécia) nunca suportaram a estratégia daquele país escandinavo, que pessoalmente considero a mais racional, porque, tendo errado inicialmente, não se furtaram a assumir o erro e corrigirem falhas, continuando a gerir a pandemia em função da situação conjuntural (btw, não considero, pelo contrário, as medidas das últimas semanas qualquer retrocesso, mas sim a persecução de medidas sensatas, embora na essência se mantenha a postura de as autoridades tratarem os seus cidadãos como adultos). Além disso, Tegnell não anda a promover compotas, cheias de açúcar... é só isso mereceria o meu reconhecimento.

A segunda obsessão do Público: ÍNDIA. Não há quase dia em que não se saiba, pelo jornal, quantas mortes e infectados por covid se contabilizam neste país asiático. Tudo muito detalhado em números absolutos. Sucede, porém, que a Índia ocupa a 107a. posição mundial em casos positivos por milhão de habitantes e a 98a. posição mundial na taxa de mortalidade. Razão da obsessão: esquecendo que a Índia tem mais de 1,3 mil milhões de habitantes, o Público sabe que mesmo baixas taxas de incidência e mortalidade dão sempre números absolutos “generosos” para alimentar a campanha do medo. E é isso que interessa. 

Há uma terceira obsessão do Público: PORTUGAL, mas neste caso no sentido de nunca enquadrar a situação nacional num contexto internacional, e jamais investigar, com detalhe, o que se passa nos lares portugueses, que andam a “alimentar” os actuais níveis de mortalidade por covid... mas como não se pergunta... é como se o problema não existisse.




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