Não costumo embandeirar na onda daqueles que criticam a comunicação social (até por ter sido jornalista), mas sinto que, cada vez mais, no tratamento da pandemia, a tentação é continuar a dar notícias que alimentem o pânico e justifiquem a "nova normalidade" imposta pelo Governo, que dá sempre um "bom" fluxo noticioso. Porém, há limites!
Reparei hoje que o Instituto Nacional de Estatística (INE), atenção, repito: o Instituto Nacional de Estatística, que é só a entidade oficial mais independente em relação a dados oficiais, fez uma análise divulgada no passado dia 22 de Maio. Só hoje a vi, e não me recordo que qualquer órgão de comunicação social tenha sequer abordado ao de leve algumas das suas conclusões a partir dessa análise.
E o que mais ressalta nessa análise do INE (e que eu chamaria para primeira página)? Isto: o efeito da pandemia foi nulo nos menores de 65 anos. Atenção, não é o Pedro Almeida Vieira dizer, ou outro qualquer, ou um estudo da DGS ou do INSA. Ou do Gato das Botas. É SÒ o INE! Vejam o gráfico, com base nos dados do INE, onde surge a comparação da mortalidade acumulada entre 1 de Março e 10 de Maio para os anosde 2020,2019 e 2018 para a população com menos de 65 anos... Para aquela faixa etária, da população activa, a covid não existe. Existirá para o grupo dos mais idosos, mas a incidência das medidas de protecção devem ser feitas para esse grupo, não para a generalidade da população.
Tudo o que se está a fazer em termos de desconfinamento não poderia ignorar esta análise do INE. Tudo isto que se anda a fazer é um absurdo. Aquilo que deveria estar a ser feito era reforçar as medidas profilácticas nos lares e junto dos mais idosos, que, aliás,estarão a sofrer agora mais com as temperaturas elevadas do que com a coivid. E não parece estar a ver-se qualquer medida da DGS. E pergunta-se: o que anda a comunicação social portuguesa a fazer no meio disto tudo? Depois queixem-se de as pessoas deixarem de confiar nela...
Reparei hoje que o Instituto Nacional de Estatística (INE), atenção, repito: o Instituto Nacional de Estatística, que é só a entidade oficial mais independente em relação a dados oficiais, fez uma análise divulgada no passado dia 22 de Maio. Só hoje a vi, e não me recordo que qualquer órgão de comunicação social tenha sequer abordado ao de leve algumas das suas conclusões a partir dessa análise.
E o que mais ressalta nessa análise do INE (e que eu chamaria para primeira página)? Isto: o efeito da pandemia foi nulo nos menores de 65 anos. Atenção, não é o Pedro Almeida Vieira dizer, ou outro qualquer, ou um estudo da DGS ou do INSA. Ou do Gato das Botas. É SÒ o INE! Vejam o gráfico, com base nos dados do INE, onde surge a comparação da mortalidade acumulada entre 1 de Março e 10 de Maio para os anosde 2020,2019 e 2018 para a população com menos de 65 anos... Para aquela faixa etária, da população activa, a covid não existe. Existirá para o grupo dos mais idosos, mas a incidência das medidas de protecção devem ser feitas para esse grupo, não para a generalidade da população.
Tudo o que se está a fazer em termos de desconfinamento não poderia ignorar esta análise do INE. Tudo isto que se anda a fazer é um absurdo. Aquilo que deveria estar a ser feito era reforçar as medidas profilácticas nos lares e junto dos mais idosos, que, aliás,estarão a sofrer agora mais com as temperaturas elevadas do que com a coivid. E não parece estar a ver-se qualquer medida da DGS. E pergunta-se: o que anda a comunicação social portuguesa a fazer no meio disto tudo? Depois queixem-se de as pessoas deixarem de confiar nela...
Fui procurar essa análise e verifiquei que o número de mortes entre 1 de Março de 2020 a 10 de maio de 2020 é superior em 1964 relativamente ao número dos registados em igual período em 2019 e superior em 878 casos relativamente ao mesmo período de 2018. A variação positiva relativamente a 2019 resulta divertido do acréscimo do numero de óbitos em pessoas com 75 e mais anos (+ 1893).
ResponderEliminarO efeito não foi nulo nos menores de 75 anos.
O gráfico que colocou está deturpado.
Se é jornalista devia de ser mais rigoroso.
Caro Anónimo, não vejo onde há deturpação: refiro no texto, explicitamente, que a análise que apresento, com base nos dados do INE, são de menores de 65 anos (população activa), o mesmo sendo referido no gráfico. Vários dos meus textos anteriores têm reforçado que o problema da civid está nos mais idosos (sobretudo maiores de 85 anos)... E neste texto mesmo refiro o seguinte: "Aquilo que deveria estar a ser feito era reforçar as medidas profilácticas nos lares e junto dos mais idosos"... Portanto, não sei a razão da sua crítica... PS Fui jornalista; já não sou, mas rejo-me pelas suas regras quando escrevo (seriedade e rigor).
EliminarAliás, se quiser uma análise ainda mais fina, e só comparando com 2019, na faixa etária que mais contribui para essa diferença em termos globais é a dos maiores de 85 anos (morreram mais 1.321 pessoas comparativamente a 2019), sendo que as diferenças são menores para os outros grupos: mais 308 para os 80-84 anos; mais 264 para os 75-79; mais 73 paara os 70-74; mais 21 para os 65-69 anos. E, como se observa no mapa, para os menores de 65 anos moprreram menos em 2020, apesar da covid e tudo o resto, do que em 2019 e 2018.
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