terça-feira, 21 de julho de 2020

DO MEU INFELIZ ACERTO

No dia 12 de Julho, portanto, há 9 dias, escrevi um post intitulado "Da crónica das (muitas) mortes anunciadas" (vd. imagem em baixo), em que me manifestava "verdadeiramente 'apavorado' com aquilo que se avizinha[va] nos próximos dias", face então padrão da mortalidade total dos maiores de 85 anos e aos dias de calor que se anunciavam. Previa uma "hecatombe nos idosos".

Bem sei que, no FB, se costuma mandar muitas "bocas", mas, por regra, quando faço análises sérias sobre a covid, não costumo brincar. Também sei que sou acusado, por muitos, de obscura agenda política, de estar contra o SNS (já devo ter perdido uma boa mão-cheia de amigos, alguns verdadeiros) e de andar "armado" em sapateiro a querer tocar rabecão, porque nenhuma formação tenho de epidemiologia ou medicina.

Que seja! Apenas vos acrescento então agora a situação real, referente até ao dia 20 de Julho (ontem). Comparem os dois gráficos: se no dia 10 a média móvel rondava os 140; agora ultrapassou os 170 óbitos. Para esta época do ano é expectável a morte de cerca de 100 pessoas com mais de 85 anos, A diferença entre as duas linhas (vermelha e amarela) em cada dia deve ser multiplicada pelos 10 dias que medeiam entre 10 e 20 de Julho. São o excesso de óbitos, aqueles que podiam ter sido evitados com medidas de assistência adequadas. Sãomuitas vidas, daquelas que se quis salvar com o "lockdown". Depois, tirem as vossas conclusões. Tudo o que aconteceu era previsível. O braço das políticas públicas da saúde, i.e., o SNS (Governo+DGS), entretanto, nada fez. E parece que ninguém leva a mal. Excepto os que morreram. Mas esses já não se queixam.



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