domingo, 26 de julho de 2020

DO DEVE E DO HAVER

Estive uns bons pares de horas a analisar o impacte das medidas de confinamento e distanciamento social na redução dos episódios de gripe e infecções respiratórias desde Março, comparando depois com anos anteriores, e fazendo estimativas das "vidas salvas" em função das taxas de letalidade das infecções respiratórias (que ronda os 1,6%, com base nas mortes por infecções respiratórias no período em análise em relação aos episódios de gripes e infecções respiratórias no período). Isto parece-me fundamental para colocar a pandemia numa outra perspectiva, e sobretudo tentar compreender o que se passa com o excesso de mortalidade que se anda a observar.

Bem sei que uma análise deste género deveria ser feita com mais dados actualzados dos óbitos deste ano (a DGS até os tem, mas enfim, só daqui a uns dois anos os divulgará), mas esta estimativa que fiz entretanto serve sobretudo para mostrar que se a covid, com todas as medidas profilácticas, talvez tenha matado apenas tantas pessoas como aquelas que morreriam por "inofensivas" gripes, pneumonias e bronquites bacterianas e virais sem quaisquer medidas profilácticas especiais (que é o que se geralmente sucede em anos anteriores)

Amanhã apresento os dados com mais detalhe, que agora se faz já tarde.

Apenas uma pista: as infecções respiratórias entre Março e Junho deste ano foram apenas 32% das que se contabilizaram, no mesmo período, em 2018.


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