Podia esperar mais três dias, mas, na verdade, prevejo uma alteração quase irrelevante nos cálculos (faltando três dias de dados covid para o fim de Dezembro), e preferi antecipar esta apresentação numa singela tentativa de vos atenuar o stress de um ano interminável.
Vejam os dois gráficos, em baixo, com o verdadeiro impacte da pneumonia e gripe (excluindo todas as outras doenças respiratórias) entre 1991 e 2018 (não há dados de 2019 nem de 2020) em confronto com o impacte da covid em 2020, medidos sob a forma de taxa de mortalidade (óbitos por mil habitantes) para o grupo dos maiores de 80 anos e para o grupo dos 70-79 anos.
Os dados foram obtidos no INE na base de dados das causas de morte por ano, estabelecendo-se a taxa de mortalidade em função da população estimada para o ano anterior. Embora não haja ainda números de mortalidade para pneumonia e gripe em 2020 (a DGS já saberá através do SICO-eVM), estimo que a taxa de mortalidade seja sensivelmente metade da dos anos mais recentes, em virtude da forte redução das infecções respiratórias (cf. estatísticas do SNS).
Julgo que qualquer pessoa com um mínimo conhecimento de interpretação de um gráfico conseguirá constatar o efectivo impacte da covid, num contexto de uma população que vai envelhecendo e ficando mais sujeita a doenças respiratórias. No início do ano apresentarei também os gráficos definitivos da mortalidade (absoluta) de covid em 2020 e das pneumonias e gripes (1991-2018).
Emfim, a pandemia da covid foi e será mais uma doença que nos aflige; letal como as outras, mas estes dados evidenciam, até ao tutano, que está longe de registar um impacte catastrófico e extraordinário; pelo contrário, sobretudo quando olhamos para 2012 e 1999. Pior mesmo foi o acréscimo de mortalidade por causas não-covid e o efeitos secundários que trará em termos de Economia e Saúde Pública a médio prazo.
Fonte: INE (causas de morte e estimativas da população); DGS (mortes por covid)
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