quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

DA ANÁLISE DA PANDEMIA DENTRO DA UNIÃO EUROPEIA PARA MOSTRAR QUE NEM TUDO É IGUAL; PELO CONTRÁRIO

Apeteceu-me fazer um pequeno exercício de análise multivariada (mais um "ensaio" do que uma análise académica), usando apenas a mortalidade mensal por covid, desde Março até Novembro (padronizada) para a União Europeia, apenas para tentar aperceber como se têm portado os diversos países, dado a convicção empírica de não ser tudo igual. O dendrograma que saiu está aqui em baixo, e, mais uma vez sem pretensões académicas (que neecssitariam de análises mais finas), eis as minhas conclusões relativamente aos diferentes perfis (grupos) que se formam. 

Grupo A - formado pela Bélgica França, Espanha, Itália, Suécia, Irlanda e Holanda, que foram particularmente atingidos durante a primeira fase da pandemia (Março-Maio). Este grupo subdivide-se em três subgrupos, a saber:

 A1 - Bélgica, que se distingue pela elevadíssima mortalidade tanto na primeira como na segunda fase; 

A2 - França, Espanha e Itália, que registam uma segunda onda menor ou sensivelmente superior à primeira, mas num nível inferior á da Bélgica; 

A3 - Suécia, Irlansda e Holanda, que apresentam uma segunda onda com muitíssima menor dimensão da primeira.

Grupo B - formado pela Roménia, Luxemburgo, Portugal, Áustria, Bulgária, Hungria, Polónia, Croácia,  República Checa e Eslovénia, e agregando países em que a onda de Outono (Outubro-Novembro) é substancialmente superior à registada na primeira fase da pandemia, na Primavera, quando tal ocorreu. Este grupo suibdivide-se em três subgrupos, a saber:  

B1 - Roménia, Luxemburgo, Portugal e Áustria, que já tinham sido atingidos na Primavera, embora em menor grau relativamente ao grupo A, e que apresentam na segunda fase (Outubro-Novembro) uma mortalidade mais elevada. Pode afirmar-se que a segunda onda é pior do que a primeira. embora os valores não sejam dos mais elevados na UE-27.

B2 - Bulgária, Hungria, Polónia e Croácia, formado por países que  registaram, por norma, mortalidade muito baixa até Setembro (portanto, sem primeira onda) e que apresentam agora no Outono uma mortalidade muito elevada. Ou seja, a onda de Outono é, na verdade, a primeira onda.

B3 - Eslovénia e República Checa, formado por dois países com semelhanças ao subgrupo B2 mas com uma mortalidade muitíssimo elevada em Outubro e sobretudo em Novembro.

Grupo C - formado pela Alemanha, Chipre, Letónia, Dinamarca, Finlândia, Estónia, Malta, Grécia, Eslováqui e Lituânia, formado pelos países com melhor desempenho na UE, comparativamente aos restantes, embora formando dois subgrupos com perfis distintos, a saber:

C1 - Malta, Grécia, Eslováquia e Lituânia, formado por países que não foram atingidos pela primeira onda da Primavera, mas que apresentam agora (Outubro-Novembro) maior mortalidade, embora num nível menor do que o dos países dos grupos A e B.

C2 - Alemanha, Chipre, Letónia, Dinamarca, Finlância e Estónia, inrtegrando países que têm conseguido suster a mortalidade ao longo da pandemia, registando mesmo, em alguns casos, mortalidade em Novembro inferior à registada em Abril (que nãop foi então muito elevada).

Como em tudo, Portugal está ali no meio: longe do Paraíso, mas também não sendo propriamente um Inferno.  

Fonte: Worldometers. Análise de clusters hierárquico feito através do SPSS 25.

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