A pandemia da covid nos países da União Europeia nunca foi similar. Como se sabe, Bélgica (com grande destaque), Espanha, França, Itália e Suécia (num segundo nível) suscitaram as maiores preocupações, e justificaram o medo e pânico generalizados na Europa. Num terceiro grupo, destacaram-se, mas pela positiva, oito países que então registaram menos de 5 óbitos por dia (padronizados à população portuguesa, vd. nota): Bulgária, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Malta e Eslováquia. No pior mês para a UE-27, Portugal registou quase 27 óbitos em média por dia.
Ora, mas comparar os óbitos em Abril com os de Setembro (que está a causar um recrudescimento do medo, apenas por causa de testes em catadupa onde se "descobre"uma nova avalanche de casos positivos), mostra-se bastante interessante. Compare-se então, para confirmar que se Abril foi um tsunami, então Setembro é uma onda dos mares do Algarve.
Com efeito, basta olhar para os três gráficos (para dar escala às diferentes situações) para constatar que as diferenças se mostram avassaladoras. Os gráficos valem por si, até bastando apenas salientar que na UE-27 se passou de uma média diária de 65,5 óbitos padronizados à população portuguesa em Abril para apenas 5,4 em Setembro. Apenas a Bugária, Croácia e Roménia se encontram em pior situação, mas em níveis não demasiado elevados. Registam-se 20 países com menos de 5 óbitos por dia (padronizados), dos quais sete com menos de 1 óbito diário.
Tirem, portanto, as vossas conclusões, tendo também sempre presente, como referência, que em média diária de mortes por pneumonia em Portugal é de 16.
Nota: O número de mortes para os diferentes países e para a URE-27 foi padronizado à população portuguesa (cerca de 10,2 milhões de habitantes), de modo a permitir uma comparação mais adequada à nossa realidade. Usar essa padronização é similar à padronização habitual (por milhão de habitante), mas assim permite-se uma melhor percepção da verdadeira dimensão da pandemia. Os dados de mortalidade por covid foram recolhidos no Worldometers e os da população no Eurostat.
Sem comentários:
Enviar um comentário