quinta-feira, 2 de julho de 2020

DO BRUTAL EFEITO DO DESNORTE, DA HISTERIA E DO MEDO

Na última semana e meia regressou a histeria, o medo e o desnorte por causa dos casos positivos na Grande Lisboa, apesar da maior preocupação, na minha opinião, ser do recrudescimento de contaminações em lares. Os meus próprios pais, que vivem no distrito de Aveiro (fustigado pela pandemia em Março e Abril) estão agora mais preocupados, algo incompreensível porque a situação actual muitíssimo menos grave.

Porém, se a covid-19 está matar menos, o desnorte, a histeria e o medo estão a substituí-la. Com efeito, Junho estava a ser um mês de regresso à normalidade em termos de mortalidade, como há dias até escrevi. Mas neste país sem política de Saúde Pública (que inclui gestão psicológica), tudo pode mudar repentinamente por via dos desnortes políticos. 

De facto, como pode observar no gráfico que apresento, em redor do dia 22 de Junho (quando a mortalidade em 2020 estava finalmente ao nível da média), começou a histeria na Grande Lisboa. Muito provavelmente por isso (não houve outro evento justificável, como ondas de calor), a mortalidade total disparou, como podem observar no gráfico em anexo. Só entre o dia 22 e 30 de Junho (média móvel de 5 dias), o excesso de óbitos em relação à média foi de 245 mortes, sendo que a covid-19 apenas justificou 39 mortes neste período. 

Tenho a certeza que um dia se farão estudos científicos sobre os efeitos do desnorte, do medo e da histeria em redor da pandemia, e provavelmente se concluirá que mataram mais do que o SARS-CoV-2. Mas isso não ressuscitará esses mortos.


1 comentário:

  1. Discordo na atribuição das causas da mortalidade excessiva ao medo. Deixo a minha análise e opinião:
    http://lojadehistorianatural.blogspot.com/2020/07/a-que-se-deve-mortalidade-excessiva.html

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