A covid é e foi perigosa para os mais idosos. Mas, por amor dos vossos pais e avós, ou de vós mesmos: o SARS-CoV-2 não está, neste mês de Julho, a ser o principal perigo de vida para os mais idosos.
Pode-se continuar a meter a cabeça na areia, mas o gráfico que vos ofereço agora, desta vez incidindo na faixa etária dos mais idosos, mostra duas coisas:
a) a covid nunca explicou todo o excesso de mortalidade registada mesmo em Março e Abril neste grupo etário;
b) em meados de Junho a situação da covid-19, como causa de morte neste grupo etário, esteve praticamente controlada. Porém, descontrolou-se com os novos casos em lares (e.g. Reguengos de Monsaraz e Loures). No entanto, a subida da mortalidade foi bastante pequena (quatro óbitos diários para o grupo dos 80 anos).
c) quando as temperaturas aumentam bastante, como foi em finais de Maio e agora especialmente em Julho, a mortalidade dispara neste grupo etário de forma abrupta e tenebrosa. Parece-me ser isto um sinal de grande fragilidade e vulnerabilidade da população idosa depois de tantos "confinamentos" e suspensões de assistência médica desde Março.
Conclusão: amanhã, prevejo, será mais um infeliz e trágico dia de "matadouro". E vai durar, para já, pelo menos até 4ªfeira.
Nota: Os dados da mortalidade por covid referem-se aos maiores de 80 anos (a DGS não indica para os maiores de 85 anos), pelo que o peso da covid neste grupo etário até surge inflacionado. Usaram-se as fontes oficiais indicadas no meu post desta tarde para os grupos etários a partir de 2014 (dados mais antigos).
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