quarta-feira, 15 de julho de 2020

DA COVID QUE NOS CONSOME

Este gráfico deveria servir de reflexão, embora não tenha grandes esperanças de que tal suceda. Recorri ao dados da Mortalidade em Portugal (vd. link em baixo), considerando os óbitos por doenças infecciosas do foro respiratório (de acordo com os códigos do International Classification Diseases) para os meses de Março a Junho dos anos de 2014-2018 (não estão disponíveis os dados de 2019 e deste ano, infelizmente), e confrontei com os óbitos da covid-19. E não, não pretendo ser negacionista da gravidade da covid para os mais idodos. Mas este simples exercício, que deveria ser feito com maior rigor por investigadores da área da medicina, e com dados deste ano, deveria fazer-nos pensar em três coisas:

a) comparando com as habituais doenças infecto-contagiosas (gripes, pneumonias e bronquites de origem viral ou bacteriana), a covid-19 nunca atingiu em Portugal um cenário catastrófico. Mostra mesmo uma clara tendência descrescente, de sorte que se mostra menos mortífera do que as outras doenças infecciosas do foro respiratório em período homólogo (a única excepção foi Abril).

b) como aqui já referi hoje, com competente (e oficial) gráfico, a quantidade de infecções do foro respiratório tiveram uma descida abrupta desde Março, à boleia do confinamento e do distanciamento social por causa da covid-19. Significa isto que, provavelmente, os óbitos por essas doenças (gripes, pneumonias e bronquites), que atingiam números muito relevantes mesmo em Maio e Junho( terão tido uma descida também muito significativa neste ano de 2020 (a DGS tem dados para saber isso; convinha divulgá-los).

c) Porém, apesar dessa "poupança" de vidas, e do número já não muito relevante de mortes por covid-19, a mortalidade total está muito, muito acima da média. Ou seja, estamos a pagar bem caro a pandemia: não por causa da doença em si mas como como o Governo e DGS andam a gerir o nosso Sistema Nacional de Saúde. O desastre em termos de Saúde Pública, acreditem, já não está no SARS-CoV-2.


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