domingo, 7 de junho de 2020

DO PAÍS DO FAZ DE CONTA, DE SEU NOME PORTUGAL

Há dias, o ministro Santos Silva, com aquele seu conhecido ar, escandalizou-se por Espanha ter anunciado que iria reabrir as suas fronteiras com França e Portugal em 22 de Junho.

Obviamente que a situação espanhola foi muito, mas foi mesmo muito pior do que a nossa. Porém, reparem: usei o pretérito perfeito do verbo ser. Foi. Mas já não é. E, na altura de se abrirem fronteiras, isso é que conta.

De facto, olhando para a evolução dos dois países no último mês, acho decisão temerária do Governo de Espanha.

Basta comparar a evolução da mortalidade por covid nos dois países no último mês: entre 8 de Maio e 6 de Junho, Portugal registou 36 óbitos por milhão de habitantes contra 14 óbitos por milhão de habitantes em Espanha. As comunidades de Castela e La Rioja ainda estão se destacam, mas as restantes (algumas que estiveram bastante mal), estão muito melhor do que as nossas regiões Norte (45 óbitos por milhão) e Lisboa e Vale do Tejo (44). Esta ideia de sermos um milagre europeu só engana, porque, enfim, temos uma imprensa acrítica que alimenta o suposto milagre lusitano.

Nota: O gráfico mostra os óbitos por milhão de habitantes. Os dados da mortalidade em Portugal são da DGS; os de Espanha do Ministerio da Sanidad relativos ao período de 8 de Maio a 6 de Junho. Para o cálculo deste indicador utilizarm-se as estimativas para cada região (portuguesa e espanola) dos respectivos Institutos Nacionais de Estatística.



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