quinta-feira, 5 de novembro de 2020

DO PERFIL DA COVID NA EUROPA, OU DAQUILO QUE SE VIU NA PRIMAVERA E DO QUE SE VÊ (POR) AGORA

Se o vírus fosse um ser pensante maquiavélico, por certo estaria a rir-se a bandeiras despregadas, porque muitos humanos, feitos baratas tontas, andavam como mil e uma supostas artimanhas para o combater (leia-se lockdowns,, recolheres obrigatórios, máscaras nas ruas, estados de sítios e trinta por uma linha).

Fiz dois gráficos com os países da UE-27, confrontando a mortalidade por covid registada no dia 3 de Novembro (média móvel de 7 dias, pelo que considera a mortalidade entre 28 de Outubro e 3 de Novembro) com o pico de mortalidade (média de 7 dias) durante a Primavera. Os valores para todos os países foram padronizados para a população de Portugal para permitir comparações válidas. vale a pena repetir que 100 na Espanha não são 100 em Portugal; são apenas 22.

Assim, pelo menos na Europa (UE-27), a pandemia da covid mostra aspectos muito interessantes: 

1 - Não existe um padrão de infecção-efeito na mortalidade comum no espaço europeu. Tal como na Primavera, existem países em que a covid é irrelevante; outros em que constitui um problema grave. Pensar que se resolve a questão repetindo soluções em todos os países (que é o que está a suceder) vai dar problema. 

2 - Dos 10 países da UE-27 que apresentam agora maior mortalidade por covid (padronizada à população portuguesa), 7 não tiveram primeira onda durante a Primavera.

3 - Dos 13 países que apresentaram uma primeira onda (subjectivamente, aqueles que tiveram um pico com mais de 25 mortes por dia), apenas Portugal e a Áustria apresentam, por agora, valores de mortalidade superiores à primeira onda.

4 - Os países com menores restrições (e que nem sequer impõe uso obrigatório de máscara), como a Suécia, Finlândia e Estónia, apresenta agora um nível de mortalidade irrelevante ou mesmo nulo.

5 - Apesar do pânico europeu aparentemente geral, de entre os países da UE-27, existem 8 países com mortalidade por covid que não me parece descontrolada (menos de 15 óbitos por dia face á prevalência de infecções respiratórias nesta época do ano), a saber: Irlanda (10), Suécia (4), Dinamarca (4), Alemanha (12), Finlândia (2), Estónia (0) e Grécia.

E pronto, isto é o que me apraz dizer-vos por agora. 

Fonte: Worldometers.


3 comentários:

  1. Perdoe-me mas um cansaço depressivo atinge-me.
    Quanto calcula que será o Suc€$$o disto, publicado hoje no site da renascença:

    "Resposta do país é excecional". Laboratório privado bate recorde de testes, filas estão a aumentar

    em:

    https://rr.sapo.pt/2020/11/06/pais/resposta-do-pais-e-excecional-laboratorio-privado-bate-recorde-de-testes-filas-estao-a-aumentar/noticia/213874/

    Agradeço-lhe, mesmo se não me ajudar.
    oliveira

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  2. Sabe se existe alguma correlação entre os países com taxas de mortalidade mais elevadas e pirâmides étarias invertidas?

    E como pensar das estatísticas oficiais dos vários países que nem parecem diferenciar entre morte POR covid e morte COM?

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  3. Verifica-se uma correlação apenas moderada entre a mortalidade COVID-19 e a estrutura etária de "alto risco". O país mais envelhecido do mundo (Japão) tem uma mortalidade COVID-19 baixa.

    Verdery AM, Newmyer L, Wagner B, Margolis R. National Profiles of Coronavirus Disease - 2019 Mortality Risks by Age Structure and Preexisting Health Conditions. Gerontologist. 2020 Oct 8:gnaa152. doi: 10.1093/geront/gnaa152.

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