sexta-feira, 11 de setembro de 2020

DO VERÃO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

Para vossa reflexão, eis uma análise sobre o morticínio de Verão, a verdadeira "pandemia". A covid, ao pé do que anda a acontecer, parece mesmo um "resfriado" se comparada com a hecatombe de mortes que persistem por causas não associadas à pandemia, mas antes sim pelos (des)cuidados ao nível do SNS.

Desde dia 20 de Junho, início do Verão, até 10 de Setembro:

a) a covid vitimou 327 pessoas, representando 1,27% das mortes totais.

b) morreram 25.669 pessoas, quando a média de 2009-2019 foi de 21.822 óbitos, significando um excesso de mortalidade de 3.847 óbitos. 

c) Nesta linha, por cada morto por covid durante o Verão registaram-se 10 mortos por causas não-covid acima da média.

d) Se considerarmos intervalos de confiança (que tem em consideração os famigerados desvios-padrão), o excesso de mortalidade no Verão de 2020 estará, por agora, compreendido entre 2.197 e 5.497 óbitos, não considerando o envelhecimento populacional.

e) O excesso de mortalidade no Verão de 2020 tem sido anormalmente consistente e persistente (vd. gráfico), com 69 dias (num total de 83) acima do limite superior do intervalo de confiança (a 95%) em relação média diária do período 2009-2019.

f) Apenas se registaram cinco dias no Verão de 2020 com mortalidade total abaixo da média (colunas verdes no gráfico).

g) Todos os dias de Julho e, até agora, todos os dias de Setembro (até dia 10) registaram valores de mortalidade total acima da média.

h) No Verão de 2020 registaram-se 52 dias consecutivos com mortalidade acima da média de referência (2009-2019), desde 22 de Junho a 11 de Agosto, um facto inédito. Desde 17 de Agosto, todos os dias têm estado também com mortalidade acima da média (25 dias consecutivos).

Conclusão: Vai ficar tudo bem! Claro que sim! A morrer-se a este ritmo, não haverá gente vulnerável para morrer por covid e gripe no próximo Inverno. E o Governo cantará vitória.



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