quarta-feira, 5 de agosto de 2020

DA AREIA (OU DO SOL) PARA OS NOSSOS OLHOS

Para justificar a morticínio de Julho, já começam a surgir as explicações da DGS, do IPMA e de "especialistas" para confundir a malta, dizendo que, provavelmente, afinal a culpa foi toda do Sol, esse malvado. Acreditem já naquilo que quiserem. Eu acredito na Ciência. Ora, há uns anos, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) criou um índice de previsão de excesso de mortes por causa do calor denominado Índice Ícaro.

Cito a explicação: "Genericamente um Índice Alerta Ícaro é uma medida numérica do risco potencial que as temperaturas ambientais elevadas têm para a saúde da população. Compara os óbitos previstos pelo modelo estatístico subjacente ao sistema de vigilância ÍCARO, com os óbitos esperados sem o efeito das temperaturas extremas. O índice Alerta ÍCARO toma valores maiores ou iguais a zero, sendo esperados efeitos sobre a mortalidade quando este ultrapassar o valor um.»

Pergunta de «um milhão": quantos dias em Julho do ano da nossa desgraça de 2020 excederam o valor 1 do Índice de Ícaro?

A resposta está no gráfico: 1 dia. Repito: 1 dia. Somente 1 dia. Foi apenas no dia 17 de Julho. E vejam como foi o exceso nesse dias: 113 óbitos a mais. Foi muito? Claro que foi. Mas no dia 14 o índice foi de 0,17 e morreram a mais 149... E por aí fora. E, assim, tivemos uma excesso de óbitos no final de Julho de 2.292, sendo que só num dia (com 113 óbitos a mais) havia condições meteorológicas para esperar mortalidade acrescida.


1 comentário:

  1. Bom dia. Descobri recentemente o seu blog e dou-lhe os parabéns, quer pelo título que me parece perfeitamente ajustado ao que se passa, quer pela matéria tratada que deve ser escalpelizada e denunciada, perante as meias-verdades e mentiras que vão surgindo no país dos trafulhas. Cumprimentos.

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