sábado, 14 de novembro de 2020

DA SUÉCIA, COM AMOR, PARA A NOSSA IMPRENSA ABUTRE E PARA OS COVIDEIROS COVEIROS

Por cada dia com um pouco mais de mortes na Suécia, a nossa imprensa e os covideiros do regime rejubilam. Por cada medida e recomendação que, de forma racional, as autoridades sanitárias e políticas da Suécia tomam face a uma infecção que mostra um perfil de agravamento sazonal, a nossa imprensa e os covideiros do regime rejubilam, considerando que a estratégia sueca estava errada. E apontam sempre o fracasso da Suécia face aos vizinhos da Noruega, Finlândia e Dinamarca. 

Isto, enfim, parece coisa de rejubilos dos fanáticos do Alguidares de Baixo, que milita na terceira divisão distrital, perante um fracasso do Tottenham face aos colossos do Manchester City ou do Liverpool. Só que vai inculcando a ideia de que países como Portugal é que estão a fazer as coisas bem. E não: estão a fazer as coisas mal.

É verdade que a mortalidade por covid da Suécia, nas últimas duas semanas, de acordo com os dados do European Centre for Disease Prevention and Control (EDCC), é 8 vezes superior à Noruega e Finlândia e quase o triplo da Dinamarca. Mas... mas vamos lá a ser sérios: a Suécia apresenta uma mortalidade de 1,7 óbitos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias; é o sétimo melhor país europeu em 31. Está melhor do que a Alemanha, que é o país, de entre todos aqueles que embarcaram em lockdowns e tudo e mais alguma coisa, que se está a portar menos mal.

Sem toda a parafernália de máscaras e confinamentos e restrições, mas sim apenas com medidas sensatas, a Suécia teve 22% da mortalidade registada por Portugal no mesmo período, e um pouco menos de casos positivos. Sem toda parafernália de máscaras, sem red zones, sem tudo e mais alguma coisa fechada a sete chaves, a Suécia está com 1,7 óbitos por 100.000 habitantes enquanto Portugal está com 7,6; a Itália está com 9,6; a Espanha com 10,4; a Bélgica com 22,7; e a República Checa com 26,7.

Notem também a situação de outros três países que não têm, por regra geral, a obrigatoriedade de máscara na sua estratégia anti-covid (Finlândia, Noruega e Estónia). Note-se que, por exemplo, na Noruega só é obrigatória em situações de transporte em caso de deslocação para o período de quarentena, e só para maiores de 12 anos (vd. link em baixo). 

Ninguém, jamais, dos Governos a Europa da histeria - leia-se Europa continental abaixo da Escandinâvia e Báltico - quererá sequer avaliar o verdadeiro impacte (provavelmente muito negativo) das medidas de confinamento e de uso de máscaras (sobretudo na rua), nem sequer quererão revelar com demasiado detalhe aquilo que se passa nos lares, cujo desempenho constitui a pedra basilar na mortalidade por covid e no efectivo impacte da pandemia.  

Isto tudo, enfim, é uma canseira. Pode-se não morrer da covid, mas esta situação mata-nos aos poucos. Ou mata mesmo se, como em Portugal, os serviços nacionais de saúde adiarem atendimentos supostamente não urgentes. Na verdade, em Portugal os cemitérios andam a encher-se de doentes "não urgentes". E vai piorar.

Nota: Este e outros textos podem ser lidos no meu blog: https://noscornosdacovid.blogspot.com/

Fonte: ECDC, vd. aqui

Link das máscaras na Noruega, vd.aqui



1 comentário:

  1. Segundo este site as medidas da Noruega e Finlândia encontram-se abaixo das Suecas! Cumprimentos

    https://fee.org/articles/how-finland-and-norway-proved-sweden-s-approach-to-covid-19-works/

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