quinta-feira, 24 de setembro de 2020

DO ABSURDO NÓRDICO

A Finlândia apenas permite agora, para férias, a entrada de cidadãos de 13 países. Até a Alemanha foi hoje excluída por ter ultrapassado 25 contágios por 100.000 mil habitantes. Os cidadãos do Ruanda, país conhecido pelos seus elevadíssimos níveis de qualidade dos serviços de saúde pública para toda e qualquer doença, estão no restrito grupo dos 13 e podem entrar na Finlândia, porque estão supostamente abaixo daquela fasquia. Boa sorte para os burocratas.

DO SNS EM TODO O SEU ESPLENDOR

Entro no Centro de Saúde da Lapa. Venho para a discussão. Uma hora antes da consulta (18:00), que marquei há três semanas, ligaram-me a dizer que a médica (que não escolhi e me foi atribuída) não me pode atender. Insisti por telefone para saber a razão. Depois de um intervalo tinham-me dito que afinal ela se sentira mal durante a tarde. Compreendo, disse: arranjem alternativas; médicos não faltarão para que o SNS cumpra as consultas quando um médico fica doente. Que não há, dizem... Teria de fazer nova marcação... O SNS acha isto normal e natural. Eu não... Venho assim tirar satisfações. Desinfectante nas mãos à entrada, “pistola” na cabeça; temperatura ok. Pedem que aguarde dois metros em frente da vitrina da recepção embora não haja ninguém entre a vitrina e eu. A funcionária mal me ouve por causa da minha máscara e da vitrina entre nós. Diz que não fala comigo se eu tirar a máscara. Tudo bem, falo aos gritos. Pede-me entretanto para lhe passar a identificação... “Então pede-me assim a identificação sem que eu antes desinfecte o cartão com álcool gel? Espere aí que eu vou desinfectar primeiro antes de passar-lhe porque assim tudo isto não tem lógica nenhuma”... Aguardo entretanto uma resolução para o meu caso. Cheira-me que vou ser mais um número para as estatísticas. E às tantas dos utentes que tiveram consulta marcada, não a tendo depois.

Adenda: 18h34 - Conselho ao povo: façam como eu, refilem, refilem sempre. Embora não com demasiada simpatia, acabei atendido por uma médica alternativa, que substituiu a médica de família (que me desmarcara a consulta à última hora). Não se resolveu tudo o que desejava mas está o essencial.



DO VERÃO, ESSA IGNORADA PANDEMIA PARA OS IDOSOS

Nem todos saberão, mas o Verão mediterrânico, entre Junho e Setembro, é o melhor mês para os idosos. É o período menos mortífero, apesar de, quando em vez, ocorrerem curtas e letais ondas de calor.

Este ano, porém, tivemos a covid, mas essa doença esteve especialmente arredada neste período. Nos 93 dias deste Verão morreram por covid 256 pessoas com mais de 80 anos, o que perfaz menos de três óbitos por dia. 

Porém, e de forma completamente ignorada pelas autoridades de Saúde desta nossa república, o período deste ano que medeou entre 20 de Junho e 21 de Setembro foi um "açougue" para os idosos com mais de 85 anos. Morreram, no total, por todas as doenças e afecções (sim, porque há doenças além da covid), 12.242 pessoas deste grupo etário, um acréscimo de 2.756 óbitos em relação à média de 2014-2019.

Se se considerar o efeito do envelhecimento da população (as estimativas do INE para os maiores de 85 anos é de cerca de 316 mil pessoas), e se aplicar a taxa de mortalidade média, poder-se-ia  aceitar, como nível expectável de mortes neste Verão, um total de 10.931 óbitos (desculpem, mas infelizmente é a lei da vida: as pessoas morrem mesmo que não desejemos). Donde resulta assim que, em relação ao expectável, terão morrido 1.311 idosos a mais.

Dois períodos se destacaram para este morticínio: Julho, que foi algo nunca visto (e não culpem a onda de calor que apenas incidiu no interior despovoado e não tem aquele "perfil contínuo" e grande parte do mês de Setembro, que foi quente mas nada de demasiado anormal. Infelizmente, apesar de existirem dados dos certificados de óbito on line, que permitiria à DGS apurar em tempo real, o que se passava de anormal, continua-se a ignorar as causas objectivas deste morticínio. Nem um estudozito. Mas para fazer testes PCR há gente e muito dinheiro.

Atente-se que, mesmo considerando que as mortes por covid de maiores de 85  anos é a mesma dos maiores de 80 anos (afaixa etária definida pela DGS) chega-se à conclusão que a covid representou 2,1% da totalidade das mortes dos mais idosos durante o Verão.

Há ainda um lado kafkiano nisto tudo. A maioria destes idosos, os que faleceram, era do grupo das pessoas vulneráveis à covid, que como abrandou no Verão as não levou. Como  não vão morrer duas vezes, a covid vai ter, durante o Outono e Inverno, menos vulneráveis (acreditem, o SARS-CoV-2 não tem objectivos numéricos; mata pessoas vulneráveis e esse é um número finito). Não pensem que isto é um pormenor irrelevante: a letalidade da covid "beneficiou", e muito, do surto gripal 2019-2020 ter sido particularmente "benigno". Basta olhar, aliás, comparar a mortalidade registada em Janeiro e Fevereiro com a mortalidade expectável para esse período. Em breve falarei dessa questão aqui.



DO BOLETIM DA DESGRAÇA - 21 DE SETEMBRO

Com algum atraso, eis aqui o relatório respeitante a 21 de Setembro de 2020. Fazendo a comparação com a média (2009-2019) verifica-se que a mortalidade total neste dia (255) foi inferior à média, mesmo apesar dos cinco óbitos por covid.

Porém, continua a registar-se uma situação crónica: a mortalidade nos maiores de 85 anos continua acima da média (mais oito óbitos).
Principais dados a reter na mortalidade do dia 21 de Setembro de 2020:
a) 5 óbitos devido à covid;
b) 1 óbito a menos em relação à média, apesar da covid;
c) o grupo dos maiores de 85 anos apresenta um excesso de 8 óbitos;
d) o grupo dos 75-84 anos apresenta uma redução de 19 óbitos;
e) o grupo dos 65-74 anos apresenta um excesso de 18 óbitos;
f) por dedução, o grupo de menores de 65 anos registou uma redução na mortalidade de 8 óbitos em relação à média.



quarta-feira, 23 de setembro de 2020

DAS BOAS ACÇÕES QUE ENCHE O INFERNO OU DOS TESTES QUE VÃO DAR-NOS CASOS POSITIVOS MESMO SE O SARS-COV-2 DESAPARECER

Sua Excelência o doutor Francisco George, ex-director-geral da Saúde e actual presidente da depauperada Cruz Vermelha Portuguesa, anda em pulgas para convencer o Governo a usar 500.000 testes rápidos para usar em escolas e lares para dar resultados em 15 minutos. Se conseguir convencer o Governo, conseguirá a Cruz Vermelha obter financiamento internacional, presumo que com algum lucro.

A sensibilidade dos testes que a Cruz Vermelha quer impingir é de 93% e a especificidade de 99%. 

Usando este site, que calcula para os testes PCR a probabilidade de ocorrência de falsos positivos (e também das outras três possibilidades num teste), chega-se à conclusão que se se fizerem 43.971 testes (o número de testes realizados, segundo o Worldometers, em Portugal no dia 21 de Setembro) teríamos, com uma incidência da doença da ordem de 1% (é, na realidade, menos), 880 casos positivos, mas metade (440) seriam falsos positivos. Se todos estivessem assintomáticos era usar uma moeda para saber quais os que estavam e não estavam infectados.

Mas mais grave do que isso é verificar que se o SARS-CoV-2 deixar de existir (incidência = 0%), e portanto não houver possibilidade física de surgir qualquer infectado, os testes continuarão a dar casos positivos, obviamente falsos positivos. Por exemplo, não havendo mais doença se se fizerem 40 mil testes, descobrir-se-á, pasme-se, 400 casos positivos; falsos positivos, obviamente, sem necessidade de tomar sequer ben-u-ron, quanto mais irem parar, por causa da covid, ao hospital ou aos cuidados intensivos. Podem confirmar na imagem e no site (https://www.bmj.com/content/369/bmj.m1808?fbclid), que pode ser usado para as simulações que se desejar.

Portanto, estamos reféns dos testes! Sobretudo se se continuar a testar sem critérios, de forma aleatória, e realizando-os mesmo em assintomáticos e não-suspeitos da doenças, apenas para alimentar a "indústria das zaragatoas".



DO SERVIÇO PÚBLICO

Tendo os jornalistas, por omissão ou intenção, trocado o seu papel de jornalistas pelo de tarefeiros da Propaganda Mediática, em prol da segunda onda de pânico colectivo, do colapso económico, da hecatombe das relações humanas e do morticínio por outras doenças e afecções, tenho-me virado para as minhas próprias análises.

Como em mais seis meses de pandemia não vi ainda esta contextualização em nenhum, nem um, órgão de comunicação social, deixo-vos aqui, com data final referente a 21 de Setembro, três "simples" gráficos:

a) A taxa de incidência da covid por grupo etário, medida em função dos casos positivos por 100 habitantes no respectivo grupo etário (usando as estimativas populacionais do INE);

b) A taxa de letalidade da covid por grupo etário, medida em função das mortes por 100 casos positivos no respectivo grupo etário;

c) A taxa de mortalidade da covid por grupo etário, medida em função das mortes por covid por 100 habitantes no respectivo grupo etário.

Tenham em consideração que as "vírgulas" a separar as unidades das casas decimais estão correctas.

E tirem as vossas conclusões.

P.S. Claro que há muita gente que vai olhar para estes gráficos e manter-se em pânico. Se assim for é um sinal de entenderem pouco de matemática. Ou então são hipocondríacos.





DA COVID, A DOENÇA IN, E DAS CRIANÇAS QUE NUNCA SERÃO VACINADAS CONTRA A COVID

Anda a circular, a nível internacional e também em Portugal, um movimento de personalidades denominado "Vacina Covid-19 para Todos". Na lista portuguesa constam lá muitas pessoas por mim (e não só) muito consideradas e mesmo muitos amigos. É bom existirem esses movimentos, embora sempre me pareceram servir para serenar consciências. Na verdade, ninguém no seu perfeito juízo recusará subscrever a ideia da vacinação gratuita e universal (embora tenha dúvidas sobre a necessidade de abranger todas as faixas etárias), apesar de o gratuito ter sempre uma factura maior ou menor a ser paga por alguém.

Porém, há sempre um porém. Deu-me a casmurrice, por ver tão lesta mobilização de personalidades, para ir à página da UNICEF observar como andam os programas de vacinação por esse Mundo fora, e como anda a saúde das crianças por esse Mundo fora.

Não vou ser exaustivo, mas rapidamente se fica a saber (vd. aqui), por exemplo:

a) em cada 39 segundos morre uma criança com menos de 5 anos por pneumonia (quantas crianças morrem por covid, alguém me sabe dizer?); no total, em 2018, foram 802 mil crianças mortas antes de chegarem aos 5 anos (não morrerão assim, daqui a 80 anos, de covid).

b) em cada 2 minutos morre uma criança com menos de 5 anos de malária (só há uma vacina desde 2015, e de baixa eficácia e não recomendada a crianças pequenas...)

c) em 2019 cerca de 14 milhões de bébes não tinham ainda tomada a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche)

d) em 2018, apesar dos progressos, por causa da pneumonia, diarreia, sepsis, malária, tétano, meningite, encefalite, sarampo e SIDA morrreram 1,978 milhões de crianças com menos de 5 anos (vd. gráfico).  Notem: apenas crianças com menos de 5 anos.

Mas, entretanto, movimenta-se o Mundo para tornar a vacina contra a covid-19 universal e gratuita e já e para todo o Mundo. Beneficiando, claro está, a África, o berço principal do morticínio de crianças que acabei de elencar. Por ironia, a covid matou até agora em África 0,0028% da sua população, apenas 10% daquilo que tem matado na Europa (0,029% da população).



terça-feira, 22 de setembro de 2020

DO BOLETIM DA DESGRAÇA - 20 DE SETEMBRO

Com algum atraso, mas ainda antes do final do dia, eis aqui o relatório respeitante a 20 de Setembro de 2020. Fazendo a comparação com a média (2009-2019) verifica-se que a mortalidade total neste dia (271), o dia em análise registou mais 13 óbitos, sendo que oito foram por covid. 

Continua a registar-se uma situação que parece ser crónica: a mortalidade nos maiores de 85 anos continua muito acima da média, o que significa que para as outras idades, e sobretudo para os menores de 65 anos, a mortalidade se encontra abaixo da média. 

Principais dados a reter na mortalidade do dia 20 de Setembro de 2020:

a) 8 óbitos em excesso são devido à covid;

b) 5 óbitos em excesso não associados à covid;

c) o grupo dos maiores de 85 anos apresenta um excesso de 14 óbitos;

d) o grupo dos 75-84 anos apresenta uma redução de 2 óbitos;

e) o grupo dos 65-74 anos apresenta um excesso de 5 óbitos;

f) por dedução, o grupo de menores de 65 anos registou uma redução na mortalidade de 4 óbitos em relação à média.




DA ESCANDALOSA PALHAÇADA DOS TESTES E DOS CASOS POSITIVOS OU DO COMO SE "DROGA" UMA SOCIEDADE

Embora oficialmente a DGS não divulgue quantos testes PCR se realizam por dia, estive atento aos dados do Worldometers, e fiquei assim a saber que se realizaram, entre 19 e 21 de Setembro (três dias), 137.771 testes PCR em Portugal. Detectaram-se, nesse período, 1.721 casos positivos. ou seja, apenas 1,25%.

Andam a brincar com coisas sérias. A taxa de falsos positivos dos testes PCR é, como se sabe, em média, de 3% (pode variar aleatoriamente, mas a média é esta), o que significa que a esmagadora maioria das 1.271 pessoas com casos positivos detactados nestes três dias (sobretudo se forem assintomáticos) não estão infectadas. Vivemos, portanto, num mundo de embuste.

Começa a ser evidente que se montou uma "indústria de testes da covid" em Portugal, e em grande parte do Mundo, e essa é a principal razão para a suposta segunda onda que, aliás, não encontra paralelo com a mortalidade pela covid. Fazer testes ao ritmo de 46 mil por dia (média dos três dias analisados) é um absurdo que apenas vai permitir, pelo próprio erro dos testes PCR, aumentar sem parar o número de supostos casos positivos. E expectável será chegarmos, facilmente, a valores próximos ou acima de 1.000. E não porque a doença esteja a disseminar-se mas apenas porque o erro dos testes, sendo maior em termos absolutos, falsamente a faz enganar.

Decorre disto que a "indústria dos testes" se alimentará do próprio erro. Quanto mais testes fizer, maior será o número absoluto de falsos positivos, maior será a pressão para aumentar a testagem, até ao limite do absurdo. Estaremos "drogados", carpindo por cada vez mais testes

Então, no limite, um dia, todos os 10,2 milhões de portugueses serão testados ao mesmo tempo. E mesmo que o SARS-CoV-2 tenha metido férias, e mesmo se a taxa de falsos positivos for apenas de 1% (sejamos moderados), nesse dia morrerão milhares de pânico, simplesmente porque se "detectarão", falsamente, 102.000 casos positivos.

DOS FALSOS POSITIVOS QUE NOS LEVARÃO À VERDADEIRA LOUCURA

A Universidade de Coimbra decidiu fazer 100 testes PCR por dia. Vai ser a verdadeira loucura, porque, atendendo à taxa de falsos positivos (3%), teremos garantidmente, em média, pelo menos 3 casos positivos por dia, MESMO se não houver infectados nem ninguém com sintomas. Que medidas tomará a Universidade de Coimbra quando sistematicamente tiver, todos os santos dias, casos positivos? Sempre, todos os dias. E nunca pararão de testar, porque todos os dias terão casos supostamente positivos, mesmo se são falsos positivos. Como gerir esta loucura quando até as universidades, berços da racionalidade, embarcam no pânico colectivo?



DO NOVO NORMAL

O país vai ser isto nos próximos meses... Nunca tive tanta vontade de fugir daqui.





segunda-feira, 21 de setembro de 2020

DA PROVA DOS NOVE OU DA DIFERENÇA ENTRE ABRIL E SETEMBRO

A pandemia da covid nos países da União Europeia nunca foi similar. Como se sabe, Bélgica (com grande destaque), Espanha, França, Itália e Suécia (num segundo nível) suscitaram as maiores preocupações, e justificaram o medo e pânico generalizados na Europa. Num terceiro grupo, destacaram-se, mas pela positiva, oito países que então registaram menos de 5 óbitos por dia (padronizados à população portuguesa, vd. nota): Bulgária, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Malta e Eslováquia. No pior mês para a UE-27, Portugal registou quase 27 óbitos em média por dia. 

Ora, mas comparar os óbitos em Abril com os de Setembro (que está a causar um recrudescimento do medo, apenas por causa de testes em catadupa onde se "descobre"uma nova avalanche de casos positivos), mostra-se bastante interessante. Compare-se então, para confirmar que se Abril foi um tsunami, então Setembro é uma onda dos mares do Algarve.

Com efeito, basta olhar para os três gráficos (para dar escala às diferentes situações)  para constatar que as diferenças se mostram avassaladoras. Os gráficos valem por si, até bastando apenas salientar que na UE-27 se passou de  uma média diária de 65,5 óbitos padronizados à população portuguesa em Abril para apenas 5,4 em Setembro. Apenas a Bugária, Croácia e Roménia se encontram em pior situação, mas em níveis não demasiado elevados. Registam-se 20 países com menos de 5 óbitos por dia (padronizados), dos quais sete com menos de 1 óbito diário.

Tirem, portanto, as vossas conclusões, tendo também sempre presente, como referência, que em média diária de mortes por pneumonia em Portugal é de 16.

Nota: O número de mortes para os diferentes países e para a URE-27 foi padronizado à população portuguesa (cerca de 10,2 milhões de habitantes), de modo a permitir uma comparação mais adequada à nossa realidade. Usar essa padronização é similar à padronização habitual (por milhão de habitante), mas assim permite-se uma melhor percepção da verdadeira dimensão da pandemia. Os dados de mortalidade por covid foram recolhidos no Worldometers e os da população no Eurostat.








DO BOLETIM DA DESGRAÇA - 19 DE SETEMBRO

No dia 19 de Setembro de 2020 houve 13 mortes por covid, um dos valores mais elevados dos últimos meses. A mortalidade total neste dia foi de 250 óbitos, valor semelhante à média (2009-2019). Sem estas mortes por covid, a mortalidade total ficaria assim abaixo da média, algo que não tem sido habitual nos últimos meses e que sucede pela primeira vez em Setembro. 

PORÉM, mantém-se a tendência, particularmente grave, de excesso de óbitos (em relação à média) dos idosos com mais de 85 anos. Abaixo desta faixa etária a mortalidade ficou sempre abaixo da média. 

Principais dados a reter na mortalidade do dia 19 de Setembro de 2020:

a) 13 óbitos em excesso são devido à covid;

b) 0 óbitos em excesso não associados à covid;

c) sem óbitos por covid, a mortalidade total ficaria abaixo da média:

d) o grupo dos maiores de 85 anos apresenta um excesso de 24 óbitos;

d) o grupo dos 75-84 anos apresenta uma redução de 15 óbitos;

e) o grupo dos 65-74 anos apresenta uma redução de 4 óbitos;

f) por dedução, o grupo de menores de 65 anos registou uma redução na mortalidade de 5 óbitos em relação à média.




domingo, 20 de setembro de 2020

Um dos grandes mistérios do SARS-CoV-2 é, na verdade, a sua perda de perigosidade neste Verão em relação à Primavera. Ou, em hipótese alternativa: a política de testes PCR, feitos invariavelmente a sintomáticos e a muitíssimos assintomáticos, é um embuste ao serviço da manutenção de um negócio de milhões (pelas minhas estimativas moderadas já perto dos 100 milhões de euros só em Portugal). Por outras palavras, o crescente pânico, pela perspectiva de uma segunda vaga, serve apenas para justificar a realização massiva de testes PCR e movimentar uma "indústria laboratorial" que se eclipsaria se a covid deixasse de ser um problema publicamente empolado. Tão simples como isto.

Vou dar dois exemplos: Bélgica e Espanha, os dois países com maior incidência (e mortalidade) no pico da covid em Abril.

Na Bélgica registaram-se 28.484 casos positivos entre 15 de Março e 30 de Abril que terão causado 7.771 mortos. A taxa de letalidade foi assim de 27,3%. Porém, embora o número de casos positivos entre 1 de Agosto e 19 de Setembro seja de 31.643 (ou seja, aumentou), apenas se registaram 222 mortos. Ora, isto dá uma taxa de letalidade de 0,7%. Ou seja, o nível de perigosidade do "bicho" na Bélgica foi este Verão apenas de 2,5% do nível que registava na Primavera. No entanto, um caso positivo em Setembro é tratado pela Propaganda Mediática (leia-se imprensa) como se fosse quase uma morte.

No caso da nossa vizinha Espanha sucedeu o mesmo. Entre 1 de Março e 30 de Abril contabilizaram-se 248.224 casos positivos e 24.543 mortos, sendo assim a taxa de letalidade de 9,9%. Mas no período de 1 de Agosto a 19 de Setembro, apesar do aumento de casos positivos (334.459), registaram-se 2.050 óbitos, o que dá uma taxa de letalidade de apenas 0,6%. O "bicho" no estio (incluindo Setembro) também perdeu muita da sua fúria primaveril. No entanto, repita-se, um caso positivo em Setembro é tratado pela Propaganda Mediática (leia-se imprensa) como se fosse quase uma morte.

Amanhã deixarei por aqui uma análise mais detalhada sobre a mortalidade nos 27 países da União Europeia no mês de Abril e no mês de Setembro padronizada à escala populacional de Portugal.



DO BOLETIM DA DESGRAÇA - 18 DE SETEMBRO

No dia 18 de Setembro de 2020 houve 5 mortes por covid. Fazendo a comparação com a média (2009-2019) verifica-se que a mortalidade total neste dia (258) a excede em apenas 5 óbitos, ou seja, o número de vítimas da covid. PORÉM, este é um caso paradigmático sobre o actual problema de mortalidade que atinge os mais idosos. Com efeito, e conforme se observa no segundo gráfico, a mortalidade nos maiores de 85 anos continua muito acima da média, o que significa que para as outras idades, e sobretudo para os menores de 65 anos, a mortalidade se encontra abaixo da média. Este dado apenas confirma a situação grave dos mais idosos.

Principais dados a reter na mortalidade do dia 18 de Setembro de 2020:

a) 5 óbitos em excesso são devido à covid;

b) 0 óbitos em excesso não associados à covid;

c) o grupo dos maiores de 85 anos apresenta um excesso de 27 óbitos;

d) o grupo dos 75-84 anos apresenta uma redução de 2 óbitos;

e) o grupo dos 65-74 anos apresenta uma redução de 1 óbito;

f) por dedução, o grupo de menores de 65 anos registou uma redução na mortalidade de 24 óbitos em relação à média.