Eu sei que vai haver muita gente a estrebuchar, mas eu não posso fazer nada: os números insistem em contrariar as "teses" apocalípticas.
O SCB (o INE sueco) divulgou finalmente os dados totais de 2020, e portanto, já podemos comparar Portugal com o famigerado país nórdico, que tanta "urticária" causa a muita gente.
A Suécia, aquele país que não quis usar máscara nem fechou o país nem teve derivas totalitaristas, mas que é acusado de matar velhos, a dando-lhes morfina, e que, portanto, teve 9.804 óbitos por covid... afinal viu a sua taxa de mortalidade (por todas as causas, obviamente) dos maiores de 65 anos baixar em 2020 comparativamente à média (2015-2019).
No período 2015-2019, a média situa-se nos 39,1 óbitos por 1.000 habitantes deste grupo etária, e desceu no ano passado para 38,7.
Ou seja, sem prejuízo de se ter verificado um aumento da mortalidade em termos absolutos no grupo dos mais idosos (+13,2%), o incremento da população na mesma faixa etária foi superior (+14,5%), logo proporcionalmente morreram menos. A maior mortalidade incidiu, além disso, nas faixas etárias onde, infelizmente, já se morria muito [por muito que se ignore], sendo aqui evidente um efeito directo da covid. Por exemplo, da população sueca com mais de 90 anos em 2019, cerca de 22,1% morreram. No ano da pandemia (2020), esse valor foi maior: subiu para 24,3%. Uma subida mas nem sequer catastrófica numa faixa etária já naturalmente muito débil.
Ao invés, em Portugal - o país da histeria colectiva, do tudo para a covid, e nada para o resto, e que deixou assim a população idosa que não morreu do tempo um pouco mais quente no Verão, chegar ao Inverno presa por arames, até ser "presa fácil" da vaga de frio e de infecções por SARS-CoV-2 em lares -; em Portugal, dizia, a taxa de mortalidade nos maiores de 65 anos cresceu de 43,8 óbitos por 1.000 habitantes para 49,4. Uma subida de meter medo. E isto tendo morrido com covid 6.972 pessoas, menos 2.872 do que na Suécia.
Ou seja, como já se sabia, nem só de covid se morre. E a Suécia mostra aqui que, perante uma pandemia, que sempre provocará mortes, conta mais a estratégia e a racionalidade do que a histeria e a irracionalidade.
Quanto à taxa bruta de mortalidade (para toda a população), Portugal cresceu de 10,8 para 12,0, uma subida que mesmo assim não é catastrófica, enquanto que a Suécia subiu de 9,1 para 9,5, um aumento pouco significativo.
Obviamente que todas as mortes são lamentáveis, e se lamentam,. mas uma sociedade tem de saber enfrentar as leis naturais da Vida. E a estratégia sueca salvou mais vidas a prazo do que a estupidez portuguesa que agora tem uma população débil, tanto em termos de saúde (colectiva e individual) como a nível socioeconómico.
Fonte: SCB (Suécia); SICO-eVM e INE (Portugal).