Mais uma análise detalhada sobre o que se passou desde o início do ano, desta vez sobre o impacte por grupo etário.
Vejam AQUI.
E também abordo algumas incógnitas, a saber:
Primeiro, não se sabe qual foi o contributo do colapso do SNS quer na perda de eficácia do tratamento dos doentes-covid – a taxa diária de mortalidade dos internados chegou a atingir os 4,5%, quando em Novembro e Dezembro se situava nos 2,5% – quer na do tratamento dos doentes não-covid.
Segundo, não se sabe o contributo da vaga de frio no agravamento das condições clínicas dos doentes (covid e não-covid) que culminaram em desfechos fatais.
Terceiro, ignora-se o impacte da suspensão da actividade normal desde Março de 2020 do SNS no surgimento ou exacerbação de comorbidades, e que podem ter contribuído muito para a mortalidade covid e não-covid.
Quarto, ignora-se qual foi o contributo dos lares para a mortalidade tanto covid como não-covid.
Quinto, desconhece-se o número de casos fatais cujas infecções por SARS-CoV-2 ocorreram no próprio estabelecimento hospitalar onde os doentes já se encontravam internados por outras causas, ou seja, não se sabe a prevalência da covid-19 como doença nosocomial causadora de morte.
Sexto, desconhece-se até que ponto a metodologia da DGS levou ao “uso abusivo” da covid-19 como causa de morte, sendo necessário saber em detalhe qual o número de vítimas em que o vírus foi identificado em laboratório (e sendo então a morte catalogada com o código U07.1 da OMS), e qual o número de vítimas em que a covid-19 foi apenas apontada como causa provável ou suspeita (código U07.2 da OMS).
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