Embora oficialmente a DGS não divulgue quantos testes PCR se realizam por dia, estive atento aos dados do Worldometers, e fiquei assim a saber que se realizaram, entre 19 e 21 de Setembro (três dias), 137.771 testes PCR em Portugal. Detectaram-se, nesse período, 1.721 casos positivos. ou seja, apenas 1,25%.
Andam a brincar com coisas sérias. A taxa de falsos positivos dos testes PCR é, como se sabe, em média, de 3% (pode variar aleatoriamente, mas a média é esta), o que significa que a esmagadora maioria das 1.271 pessoas com casos positivos detactados nestes três dias (sobretudo se forem assintomáticos) não estão infectadas. Vivemos, portanto, num mundo de embuste.
Começa a ser evidente que se montou uma "indústria de testes da covid" em Portugal, e em grande parte do Mundo, e essa é a principal razão para a suposta segunda onda que, aliás, não encontra paralelo com a mortalidade pela covid. Fazer testes ao ritmo de 46 mil por dia (média dos três dias analisados) é um absurdo que apenas vai permitir, pelo próprio erro dos testes PCR, aumentar sem parar o número de supostos casos positivos. E expectável será chegarmos, facilmente, a valores próximos ou acima de 1.000. E não porque a doença esteja a disseminar-se mas apenas porque o erro dos testes, sendo maior em termos absolutos, falsamente a faz enganar.
Decorre disto que a "indústria dos testes" se alimentará do próprio erro. Quanto mais testes fizer, maior será o número absoluto de falsos positivos, maior será a pressão para aumentar a testagem, até ao limite do absurdo. Estaremos "drogados", carpindo por cada vez mais testes
Então, no limite, um dia, todos os 10,2 milhões de portugueses serão testados ao mesmo tempo. E mesmo que o SARS-CoV-2 tenha metido férias, e mesmo se a taxa de falsos positivos for apenas de 1% (sejamos moderados), nesse dia morrerão milhares de pânico, simplesmente porque se "detectarão", falsamente, 102.000 casos positivos.