domingo, 11 de outubro de 2020

DA CEGUEIRA DOS NEGACIONISTAS

Apesar de as minhas análises serem sempre consubstanciadas por dados oficiais (alguns muitos escondidos), sou brindado, por vezes, com epítetos pouco dignificantes, além obviamente de muita gente (mesmo amigos fora do contexto facebookiano) colocarem em causa a minha idoneidade e as minhas capacidades, simplesmente por não ser virologista, epidemiologista ou o "diabo a quatro". Ataca-se o mensageiro face à incapacidade de encontrar falhas na qualidade da mensagem, para que, assim, se negue uma evidência, e assim se continue na espiral de medo. E a espiral de medo sustenta a inacção. E a morte.

Mais uma análise. E desta vez quase podem esquecer a covid, porque a análise é sobre o Verão, onde a doença quase se tornou irrelevante. Ou melhor: tenham em consideração que matou 398 pessoas durantes os 92 dias dos meses de Julho, Agosto e Setembro, que é muito menos do que a pneumonia matava em anos anteriores em período homólogo (sem que o Doutor Filipe Froes nos quisesse pôr de máscara nas ruas). E depois comparem a mortalidade total nestes meses de Verão com a ocorrida em anos anteriores desde 1996.

O mês de Julho de 2020 ultrapassou pela primeira vez os 10.000 óbitos, com um total de 10.430. Chegou mesmo a ultrapassar a mortalidade de Agosto de 2003, tristemente célebre por uma onda de calor que atingiu toda a Europa, matou mais de dois mil portugueses (relatório da DGS de 2004) e contribuiu para a queima de 350 mil hectares de área florestal nacional. Nem por sombras tivemos um Julho de 2020 similar aos de Agosto de 2003, quando se chegou a ultrapassar os 42 graus em Lisboa (e imaginem no interior do país). Além de Julho, Setembro deste ano, com temperaturas amenas, bateu recordes: nunca antes neste mês, o menos mortífero do ano em situação nornal, houve uma média diária de 300 mortes por dia (o total do mês foi de 9,008). Foi mais um morticínio silencioso e silenciado. 

Enfim, olhando para estes dados (oficiais), quem acha que a responsabilidade por esta hecatombe no recente Verão foi um acaso, ou foi por causa do tempo quente (não houve sequer onda de calor nos distritos do litoral) ou foi por dedo de Nosso Senhor que decidiu castigar os portugueses, e não foi o "estado de sítio" em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), só pode ser um negacionista. 

A evidência da mortalidade não associada à covid neste Verão, que ainda por cima atingiu sobretudo os mais idosos, é de tal modo avassaladora, é de tal modo superior à propria mortalidade causada pelo coronavírus (desde Março), que somente por uma dissonância cognitiva das graves se pode conseguir encontrar uma explicação. Achar que os morticínios do último Verão não tem relação directíssima com um SNS a meio gás é, sim, a atitude de um verdadeiro negacionista. E, neste caso, ser negacionista (e por se ser facção largamente maioritaria, e pactuar assim com a estratégia de um SNS em serviços mínimos) é contribuir passivamente para muitas mais mortes. E, ironicamente, mortes daqueles que essas pessoas estão a querer salvar a todo o custo de morrerem de covid. 

Nota: Limite inferior do gráfico: 20.000 óbitos.



DAS CRIANÇAS

 A Grécia tem 25% dos casos positivos acumulados de Portugal, 20% de mortes por covid, 30% de casos activos e as crianças vivem como crianças, e os pais com elas. Em Portugal, os parques infantis estão fechados porque, ai Deus, o SARS-CoV-2 só gosta de crianças lusitanas e nada de helénicas... Viajar é tão bom e simultaneamente tão deprimente. E causa raiva no regresso.






sábado, 10 de outubro de 2020

DAS INCONGRUÊNCIAS OU DAS VÁRIAS FACETAS DE UM ESTRANHO VÍRUS

Há dias contei aqui o meu desespero no aeroporto de Roma por ter sido obrigado por um funcionário da Ryanair a comprar uma máscara cirúrgica nos derradeiros momentos da entrada no avião para Malta. Quase perdi o avião, pois tinha uma máscara “social” com TNT. Andei a correr pelo terminal até encontrar a merda de uma máquina de vending... Hoje, no Ágora de Atenas só se poderia entrar numa exposição se se usasse uma máscara que não fosse cirúrgica... O SARS-CoV-2 que ataca nos aviões da Rayanair deve ser muito diferente dos que atacam em Atenas.



DA GRÉCIA E DE PORTUGAL

Ontem, na Grécia houve 306 casos positivos de covid. Em Portugal houve 1.646 casos positivos. Cinco vezes mais casos em Portugal... Meus senhores e minhas senhoras, jovens e jovens, meninos e meninas, vamos lá acabar com as festanças à noite em Portugal... espera! caraças, isto é Atenas há uns minutos...

Ver vídeo aqui.

DA COVIDZINHA DE 1998-1999 E DA PANDEMIA MORTÍFERA DE 2020

No Inverno de 1998-1999, no rescaldo da Expo-98, houve gripe. A habitual gripezinha. Portugal tinha então aproximadamente a mesma população de hoje, mas muito menos velhos: com mais de 85 anos contava apenas cerca de 145 mil pessoas, enquanto agora se aproxima dos 320 mil, ou seja, os muito idosos mais que duplicaram. No final do século XX, Portugal tinha, portanto, uma populalação teoricamente bastante menos vulnerável. 

Porém, nesse Inverno (do qual não tenho memória de ter sido mediaticamente relevante do ponto de vista da saúde pública, e eu era então jornalista no Expresso e na Grande Reportagem), a gripe bateu forte. Não lhe chamemos gripe mas sim "covidzinha", visto ser, assim o dizem, menos mortífera que a covid. Bom, escrevia então eu, a covidzinha de 1998-1999 bateu bem forte. Entre Dezembro de 1998 e Fevereiro de 1999 morreram, no total, 37.227 pessoas, sabendo-se que a covidzinha não deu apenas um pequeno empurrão. Passou por cima da vida de muita gente. Só em Janeiro de 1999 foram registados 14.737 óbitos (o pior ano de que encontro registos na base de dados do INE), o que significa uma absurda média diária de 475 caixões por dia! Terão ocorrido, acredito, alguns dias com mais de meio milhar de mortos.

A título comparativo, no período de maior mortalidade por covid (Março-Maio), registaram-se 30.642 óbitos. Comparando este valor de mortalidade total com aquele Inverno de 1998-1999, temos menos 6.585 óbitos em apenas três meses; menos 73 caixões por dia em sucessivos nove dezenas de dias. O mês mais mortífero de 2020 com influência da covid (Março) teve 10.619 óbitos, ou seja, uma média de 342 mortes por dia; e destes apenas cerca de 30 por dia foram por covid.

Houve mais três Invernos (1996-1997; 2014-2015 e 2017-2018) com trimestres de mortalidade acima de 35 mil óbitos. No gráfico que apresento destaco ainda os 10 meses mais mortíferos desde 1996 confrontando-o com o mês mais mortífero desde que apareceu por cá a pandemia.

Tenho manifestado a minha opinião, alicerçada por análises e atendendo aos estudos de muitos investigadores, que a covid é uma doença perigosa para as pessoas vulneráveis.Porém, a estratégia absurda que se tem estado a seguir em muitos países e particularmente em Portugal (com o desleixo na assistência médica em outras enfermidades) está a causar efeitos colateriais piores do que a covid. 

A manipulação mediática, o fomento da "cultura do medo" e as redes sociais que a fomentam, e os interesses num negócio de larga escala (a indústria dos testes em que vivemos, a que se seguirá a indústria da vacinação a larga escala, mesmo de jovens que estatisticamente não são afectados pela covid) estão a empurrar-nos para um mundo distópico. E temo que haja dificuldades em nos recompormos animicamente depois disto: a nossa vida está, como nunca, impregnada pelo medo da morte. Vejo isso pelo menos no olhar de quem usa máscara. E isso assusta-me mais do que a covid.



sexta-feira, 9 de outubro de 2020

DO VERÃO E DO NATAL DOS VELHOS (COM UM APELO)

 Marcelo Rebelo de Sousa está preocupado com o Natal dos velhinhos. Devia estar antes preocupado só com os velhinhos. Marcelo Rebelo de Sousa está preocupado com o Inverno dos velhinhos. Devia estar antes ter estado mais preocupado com o Verão dos velhinhos.

Enfim, eu já bem sei que isto é fazer chover no molhado; que a DGS, o Governo o Presidente da República, a Propaganda Mediática (leia-se, imprensa) e a maioria das pessoas que já corporizou em si o medo não mudarão de perspectiva. Que vai tudo ainda piorar nesta assassina "obsessão pela covid" que está a matar mais do que a covid. Mas, mesmo de férias, na bela Atenas (onde não se vêem muitas máscaras e a prevalência da covid é bem menor que em Portugal), não consigo aguentar e lá fiz mais umas análises.

Infelizmente, eu sei que não se vai querer jamais assumir (e a OMS é responsável por isso) que a covid se tornou particularmente mortal, pelo menos na Europa (e em Portugal) porque o surto gripal no Inverno de 2019-2020 foi particularmente benigno. Olhando para a mortalidade dos maiores de 85 anos (os mais vulneráveis e que apresentam taxas de mortalidade por ano da ordem dos 15%... é bom recordar que, infelizmente, os muito idosos morrem muito), os dois primeiros meses tiveram menos 1.530 óbitos do que o expectável. Neste caso, o expectável tem em consideração a taxa de mortalidade média (2014-2019) ponderada ao crescimento populacional deste grupo etário (i.e., considera o envelhecimento). 

Ora, foi uma parte deste grupo "sobrevivente", mas bastante fragilizado, que acabaria por ser morto pela covid. Mesmo assim, entre Março e Maio (período que registou um total, para todas as idades, de 1.424 mortes), o excesso de óbitos no grupo dos maiores de 85 anos foi de 727. Significa que entre Janeiro e Maio a covid, mesmo assim, não causara uma mortandade que pudesse ser considerada relevante. Na verdade, nos primeiros cinco meses do ano, era expectável que tivessem morrido 23.764 pessoas com mais de 85 anos, mas tinham afinal, mesmo com a covid, morrido 22.961 pessoas. Pode-se dizer até que essa situação ainda favorável se deveu às medidas de confinamento que então se tomaram.

Porém, o grande problema dos muito idosos é, além de morrerem mais facilmente, necessitarem, por isso mesmo, de cuidados de saúde mais continuados. Uma grande parte da população pode "sobreviver" facilmente com um SNS parcialmente suspenso por 6 meses ou mais ou aguentar umas temperaturas mais quentes; mas um idoso acima dos 85 anos não.Se lhe falta algo num momento crítico, fina-se.

Sucedeu isto particularmente no Verão. E numa dimensão muito pior do que a covid. Vejamos: no mês de Julho, o excesso de mortalidade para este grupo etário foi de 958; em Agosto de 86; e em Setembro de 270. No total, os três meses de Verão (ironicamente os mais benignos para os muito idosos) foram este ano particularmente mortíferos, ceifando a mais 1.314 pessoas. E isto num período particular em que a covid quase se mostrou irrelevante em termos de mortalidade. 

Tem sido esta triste evolução a partir de Julho - e não a covid -, no decurso de um SNS a meio gás (ou já sem gás), a agravar o já bem evidente excesso de mortalidade dos maiores de 85 anos mesmo considerando o envelhecimento populacional (Portugal tinha em 2019 cerca de 316 idosos nesta faixa etária). Os indicadores mostram que andam, cada vez mais, a morrer com uma enorme facilidade. 

Era bom (e este é o meu apelo) que os médicos olhassem para a sua consciência, e não ficassem indiferentes aos que anda a suceder nos últimos meses. Era bom que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (e os seus investigadores) se compenetrassem que não são "janízaros" para "limpar" consciências políticas e ao serviço dos interesses de um Governo e de um partido que o sustenta, mas sim uma entidade ao serviço da Saúde Pública, e portanto ao serviço do público. Tenham mais medo do que está a suceder ao SNS do que à covid. Esta pode matar; mas a outra anda a matar muito mais; e de forma silenciosa e perniciosa.



DO CRIME EM ANDAMENTO

A covid - que nos traz aprisionados e em contínuo clima de pânico - foi até agora responsável por 1 em cada 4 mortes em excesso (relativamente à média). Significa que temos uma segunda "pandemia" (excesso de mortes não-covid) que é afinal três vezes mais mortífera. Para quem ainda não entendeu: desde 16 de Março até 6 de Outubro deste ano, 3 em cada 4 mortes não exceptáveis ocorreram por causas "anormais". Eu direi que grande parte desta principal "pandemia" tem como "vírus" o estado do SNS e a obsessiva estratégia anti-covid.

Já o Doutor António Costa, circunstancial primeiro-ministro da República Portuguesa, despacha o excesso de mortes não associados com a covid com um passa-culpas para a "temperatura elevada", como se o Sol fosse um bode expiatiório. E siga para bingo, como se fosse a coisa mais natural do Mundo.

Não é. O Verão é o período do ano em que, por norma, menos se morre. Este ano só o mês de Julho teve temperaturas elevadas mas as ondas de calor nem chegaram aos distritos povoados do litoral. O mês de Setembro foi relativamente ameno, mas mesmo assim continuou o excesso de mortalidade não-covid.

Continuem a meter a cabeça na areia como a avestruz. E grande parte dos médicos, e sobretudo aqueles que andam a apaparicar a estratégia do Governo, deviam envergonhar-se por assistirem candidadamente a este morticínio.



segunda-feira, 5 de outubro de 2020

DOS VELHOS QUE NÃO SE SAFAM OU DA MÃO QUE EMBALA A CEIFEIRA

Até agora morreram 1.352 pessoas com mais de 80 anos vítimas de covid. Vamos assumir até que tinham todos mais de 85 anos... Entretanto, em 30 de Setembro verificava-se um excesso de mortalidade no grupos dos maiores de 85 anos que atingia já os 5.395 óbitos. Em 30 de Junho era de 2.659 óbitos.

Portanto, num período de três meses (Julho-Setembto) em que morreram 359 pessoas por covid de todas as idades, o excesso de mortalidade nos maiores de 85 anos aumentou mais 2.736 óbitos.

A covid ao pé desta hecatombe é um diabrete. E, claro, virão daqui a nada muitos afiançar que a culpa disto não é da estratégia da DGS e do Governo. Na verdade, este excesso deve representar sim gente afortunada: são velhos que, embora morrendo antes do tempo, partiram felizes, porque não se finaram por covid... Agora sem sarcasmos: isto não é só atroz; chega a ser ridículo: monta-se uma estratégia para se proteger os idosos do SARS-CoV-2 e deixa-se depois que morram de tudo e mais de alguma coisa. Incluindo de abandono, e muitos sem sequer se poderem despedir da família. É como deitar o velhinho fora com a água dop banho. Triste e lamentável. E mais ainda ver tanto silêncio. Tudo entorpecido de medo e de deferência ao Governo e à Autoridade.



DA BRINCADEIRA DA SAÚDE PÚBLICA

Não vale já a pena usar eufemismos: a "brincadeira assassina" que corrói o nosso Serviço Nacional de Saúde continua sem fim à vista, e mata mais do que o SARS-CoV-2. Mesmo em férias, fiz uma actualização. O mês de Setembro costuma ser o menos mortífero em Portugal. A média diária de óbitos andava, no período 2009-2019, nos 256. Este ano atingiu-se o absurdo número de 300 por dia; no total do mês foram 8.999 mortes, das quais 153 de covid. Mas só se fala de covid (vergonhosa Propaganda Mediática), que representou 1,7% da mortalidade total, e nada se diz sobre o acréscimo de 17,2% de mortes que se registaram acima da média (2009-2019). Andamosa brincar à saúde pública, com o mete máscara, põe máscara, que ficará como símbolo do medo e da hipocrisia nesta pandemia. Olhar para o gráfico aqui em baixo dá-me uma raiva que só me apetece chamar assassinos a certas e determinadas pessoas. É que não só é assassino quem nos espeta um punhal; também é aquele que se desleixa (já não se por negligência ou intencionalmente) para aspectos vitais de saúde pública. Não tenham medo da covid; tenham medo sim do estado das coisas.





segunda-feira, 28 de setembro de 2020

DOS TESTES PCR E DA SEGUNDA ONDA (em vídeo)

Experimentei fazer um vídeo explicativo, e com recurso às simulações constante no site do BMJ, sobre a "eficácia" dos testes PCR e os "perigos" que encerram, nomeadamente o número elevado de falsos positivos se se fizerem testes aleatórios a pessoas sem sintomas. E faço a interpretação sobre se os "erros" dos próprios testes não estarão a aumentar artificial e falsamente o número de casos positivos, levando que a segunda onda seja afinal enganadora. Tentei simplificar ao máximo a minha explicação, mas com detalhe suficiente. Perdoem-me se as minhas valências pedagógicas não forem as ideais... Se houver feedback tentarei fazer outros vídeos explicativos. 

Aviso: apenas os primeiros segundos têm um pequeno problema de áudio.



domingo, 27 de setembro de 2020

DA PNEUMONIA, DA COVID, DO DOUTOR FILIPE FROES E DA OBSESSÃO QUE NOS MATARÁ

Uma das pessoas que tem "surfado" bem a suposta onda do SARS-CoV-2, assumindo-se como um "Papista da Covid", à espera da recompensa, é o Doutor Filipe Froes. Depois de em Março ter votado no Conselho Nacional de Saúde Pública contra o encerramento das escolas, tem ele, nos últimos tempos, sido um acérrimo defensor do uso de máscaras em todo e qualquer lugar e da gravidade da situação. Parece, quem o vê, que a covid é a única doenças respiratória que mata, e que ele, eminência parda, nunca tal viu. Pois, eu quero acreditar que ele vê bem, mesmo se usa óculos como eu; e que vê todos os anos muito pior do que a covid. Todos os anos ele vê a pneumonia a atacar. E a atacar bem.

Na verdade, eu até aceitaria as mudanças do Doutor Filipe Froes se o tivesse visto, há um ano ou antes, a fazer-se ouvir, lutando a favor de medidas de controlo da "descontrolada" e "imprevisível" pneumonia, que, por exemplo, em Janeiro de 2017 matou diariamente mais do que a covid no seu pico em Abril deste ano.

E que, sistematicamente, nos outros meses, mata habitualmente sempre mais do que a covid anda agora a matar. Por exemplo, este mês de Setembto a covid matou cinco pessoas por dia; as mortes por pneumonia em Setembro de 2017 e 2018 matavam na ordem da dezena por dia.

De facto, eu gostaria de ter visto o Doutor Filipe Froes, e a nossa imprensa, a defender em 2017, ou mesmo antes, medidas preventivas para as pneumonias, que nesse ano mataram 5.596 pessoas. E que também dêsse murros na mesa em 2018 por não ter sido feito nada, resultando na morte de mais 5.724 pessoas pela pneumonia. Não me recordo de o ter visto reagir. E nem de o ver contextualizar a covid e a mostrar como alguma coisa deve ser feito em relaçâo à pneumonia, que nem seja o 8 (como se olhava para a pneumonia) nem o 80 (como se olha agora para a covid).

Infelizmente, a DGS ainda não se preocupou em disponibilizar as mortes por pneumonia em 2019 e em 2020 (este ano terá descido bastante, por causa do distanciamento social), mas analisando os dados não há nenhum sinal de que venha aí uma segunda fatídica onda de mortes por covid, mas sim é expectávelque surja a habitual onda de mortes por pneumonias (e a covid andará à boleia mas sem dramas).Ou seja, o expectável crescimento de mortes seguirá um padrão habitual, sobre o qual o Ministério da Saúde e a Propaganda Mediática (leia-se, imprensa) pouco se importaram em anos anteriores, considerando ser "normal".

A covid, continuo a defender, é uma doença perigosa para os mais idosos e vulneráveis, mas o seu impacte está a ser sobrevalorizado, e com isso se está a subvalorizar um conjunto vasto de cuidados de saúde públicos que causa muitas mais mortes. E está também a asfixiar a Economia (de onde acham que vêm o Orçamento da Saúde senão dos impostos que dependem da actividade económica?). A obsessão pela covid está a matar-nos mais que o SARS-CoV-2.

De resto, deixo-vos aqui mais um gráfico. Só para que possam raciocinar por vocês.

Nota: Este e outros textos podem ser lidos no blog "Nos Cornos da Covid" em https://noscornosdacovid.blogspot.com/ . Os dados da mortalidade por pneumonia (SNS) podem ser consultados aqui: Para obter os dados da mortalidade por pneumonias devem ser seleccionadas as doenças utilizando a classificação ICD do J.12.0 ao J18.9. A mortalidade diária por covid em Setembro refere-se aos primeiros 26 dias.




sábado, 26 de setembro de 2020

DO MILHÃO

Amanhã, domingo, dia 27 de Setembro, vai ser um dia deprimente: vai-se chegar à morte 1.000.000 atribuída ao SARS-CoV-2. A imprensa vai andar ululante; e só não entrevistará o defunto número 1.000.000 porque não pode. 

Entretanto, esse milhão representa menos de 2,3% do total das mortes em 2020 em todo o Mundo (terão falecido até amanhã cerca de 43,7 mulhões de pessoas).

A covid, entretanto, terá matado, até amanhã, 0,01% da população mundial existente em 2020. A pneumónica terá matado 1,25% da população mundial há um século.   

Mas isso de contextualizar as coisas não interessa nada, né?



DA CEIFEIRA DESCONTROLADA

O perfil da mortalidade total em Portugal este ano de 2020 parece uma montanha russa. E só um dos picos (Abril) está associado parcialmente à covid.

Sendo que o primeiro está associado à "habitual" gripe, significa que o terceiro, quarto e quinto pico estão associados ao estado actual do SNS, que deixa a Ceifeira ceifar a seu bel-prazer.

Sinceramente, neste estado de coisas, o melhor é tornarmo-nos todos religiosos. Já nem vale a pena correr. Resta-nos apenas confiar na Virgem.



sexta-feira, 25 de setembro de 2020

DA PNEUMONIA, MUITO MAIS LETAL NAS CRIANÇAS E JOVENS DO QUE A COVID

Usando dados estatísticos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma agência federal de saúde norte-americana, confirma-se que a mortalidade por pneumonia (como causa de morte) não anda muito longe da da covid, sendo até muito mais elevada na população jovem. 

Por outro lado, numa parte considerável das mortes por infecções respiratóriias envolvendo a covid, não é claro se estas se devem exclsusivamente ao SARS-Cov-2 ou a outros vírus e bactérias (que causam pneumonias), porque muitas pessoas estão "multi-infectadas". Ou seja, não se sabe se morreram com ou por covid.

Sobre isto e muito mais falarei, às 21:30 horas, numa conversa/entrevista que podem acompanhar aqui: https://www.youtube.com/watch?v=clGy5GIEr0A



DA CONVERSA SOBRE COVID

Esta sexta-feira, a partir das 21:30, terei uma conversa/entrevista sobre a covid-19 e sobre muitos outros assuntos paralelos com transmissão ao vivo e em directo no Facebook, Youtube e outras plataformas.

Vejam aqui em baixo: