quinta-feira, 22 de outubro de 2020

DA CORRELAÇÃO ENTRE PÂNICO E PAPEL HIGIÉNICO

Na Alemanha, as vendas de papel higiénico aumentaram 90% numa semana. Tem lógica: o pessoal anda borrado de medo.

Entretanto, deve andar por aí uma festa por a Suécia ter imposto restrições. Restrições? Continuam sem máscara, reduziram para 8 pessoas o número máximo de pessoas na mesma mesa e para 50 em bares. Isto são restrições ou bom senso? Por essa Europa fora anda-se como baratas tontas com máscaras na rua e até recolher obrigatório. 



DAS CARPIDEIRAS

Portanto, no dia 2 de Novembro vamos ter um dia de luto nacional pelos mortos por covid, decretado pelo Governo. Os outros 97,5% de mortos, que se finaram de outras enfermidades, incluindo os mais de 6.500 acima do expectável, muito por culpa do estado de sítio do SNS, esses, esses que se lixem. Não deixam saudades... Este país não existe.



DOS INTERNAMENTOS, DA RELES MANIPULAÇÃO E DO JORNALISMO PÉ-DE-MICROFONE

Tantos meses depois do início da pandemia, e a nossa Imprensa segue sendo a Propaganda Mediática do Governo. Preguiça, incompetência ou reverência pela publicidade paga: não sei qual destes factores é o mais importante. Talvez todos, em partes iguais.

Isto a pretexto do suposto "quase"esgotamento das camas hospitalares por causa da covid, uma questão "premente" que a nossa Propaganda Mediática não pára de gritar, alimentando assim o pânico. Bem sabemos que o Governo e a nossa DGS tentam, por todos os meios, esconder e manipular informação. Fazem o serviço que conseguem para justificar o colapso da estratégia anti-covid, que tem matado mais pessoas do que o SARS-CoV-2. Porém, há muita informação disponível que, mesmo não sendo fácil de tratar e de interpretar, um jornalista de cultura mediana e conhecimentos básicos de matemática (bem sei que muitos nem sabem fazer uma regra de três simples) tinha obrigação de saber.

Pois bem, não fazem eles; faço eu... 

Portanto, peguei na informação da Monitorização Diária dos Serviços de Urgência e estive a comparar, para os dias 1 a 20 de Outubro, os fluxos de episódios de urgência (de acordo com a Triagem de Manchester) nos anos de 2020, 2019, 2018 e 2017, bem como os internamentos no decurso.

Eis as conclusões. No total dos episódios de urgência (incluindo outras situações, sinalizadas a branco e a cinzento), o mês de Outubro de 2020 tem sido bastante mais calmo do que os anos anteriores, com apenas cerca de 251 mil episódios contra uma média (2017-2019) de quase 353 mil episódios, i.e., uma descida de 29%. Se se considerar os casos mais urgentes (vermelho, laranja e amarelo), a descida é  ainda maior (36%), passando de uma média de 185 mil para apenas 118 mil este ano.

No caso dos internamentos, embora esteja a abordar fluxos (e não a situação pontual ou diária), porque a DGS esconde informação, na verdade não é expectável que se esteja à beira de qualquer colapso. Na verdade, a situação actual aparenta ser mais favorável do que em anos anteriores. Com efeito, entre 1 e 20 de Outubro, em valor acumulado, foram feitos este ano 22.416 internamentos,, ou seja, cerca de 15% menos do que a média (2017-2019). No caso dos internamentos que resultaram de episódios mais urgentes (vermelho, laranja e amarelo), e que, em princípio, podem resultar em internamentos mais duradouros, o mês de Outubro (até dia 20) registou um valor muito inferior à média: 15.778 contra 20.674, i.e., uma redução de quase 24%.

Portanto, apesar da informação esconida, mesmo com covid (ou talvez por causa dela, mas por má razões), não parece existir qualquer situação próxima do esgotamento dos internamentos. Ou se houver, acaba por ser por razões de má logística, tendo em consideração que um número desconhecido (mas provavelmente elevado) de camas está a ser ocupado por doentes covid por razões sociais, e nestes casos deveriam estar a ser reactivadas já os famigerados hospitais de campanha montados e desmontados na Primavera, quase sem qualquer préstimo.

Fonte: Monitorização dos Serviços de Urgência (SNS, vd. aqui). O valor dos casos de urgência máxima (emergência, pulseira vermelha) são, felizmente, bastante reduzidos (820 este ano, em Outubro, e um pouco menos de 1.100 nos outros anos em período homólogo), razão pela qual no gráfico não aparece visível. A Triagem de Manchester tem apenas cinco cores. A cor branca representa casos de registo na urgência, mas que, na realidade, não o são, incluindo, em muitos casos, internamentos programados. O cinzento são outras situações não explicitadas. Curiosamente, o mês de Outubro tem um valor relativamente elevado de casos zinzentos (2.933 contra uma média de 1.856). Serão internamentos covid a aumentarem esta parcela? Enigma.




terça-feira, 20 de outubro de 2020

DA EMENDA PIOR DO QUE O SONETO OU DO CASO DAS MÁSCARAS NA RUA

Fui consultar com detahe os dados dos novos casos positivos em todas as regiões de Itália para aprofundar o efeito da imposição naquele país do uso de máscaras na rua, em vigor desde 7 de Outubro..

Aliás, a propósito, no site do Ministério da Saúde italiano consegue-se saber mais sobre a covid na Itália do que nós aqui sobre a covid em Portugal, mas isto é uma crítica de um "traidor à Pátria" (eu), de acordo com a bitola da Dra. Graça Freitas.

Pois bem, comparando, para as 21 regiões italianas, os novos casos positivos do período 4-6 de Outubro (imediatamente antes da imposição de máscaras na rua) e os dias 17-19 de Outubro, verifica-se que, em vez de uma diminuição, se observa um aumento global de 42%. Registam-se 17 regiões com subidas e apenas quatro regiões com descidas, embora apenas a região de Ligúria (capital: Génova) tenha uma incidência mais elevada de casos (em número absoluto).

Uma das piores evoluções ocorreu na Lombardia (capital: Milão), exactamente a região mais fustigada pela covid. Entre 4 e 6 de Outubro tinha uma média de novos casos diários de 915, depois de se ter imposto as máscaras na rua subiram para 2.442 novos casos diários (média noa dias 17 a 19 de Outubro).

Além da Lombardia, as quatro outras regiões no top 5 de casos de covid registaram aumentos : Piemonte (capital: Turim) teve um aumento de 80%, Emilia-Romagna (capital: Bolonha) subiu 11%, Veneto (capital: Veneza (2%), e Campania (capital: Nápoles) 18%. A região de Roma (lazio) teve um crescimento de 36%.

Portanto, sobre máscaras na ruas, parece que o efeito está muito longe do desejado. Em vez de diminuir as infecções, estão associadas a aumentos... Claro que virá quem nega uma associação entre máscaras na rua e aumento de infecções, mas então, se não houver essa relação, o que fazem afinal então as máscaras na rua? São um placebo?

Nota: os dados de Itália podem ser consultados aqui.



segunda-feira, 19 de outubro de 2020

DA EVIDÊNCIA DOS EFEITOS DOS TRAPOS NAS RUAS OU COMO DEVEMOS APRENDER COM O CASO DA ITÁLIA

Como sabemos, as máscaras faciais passaram, em poucos meses, de panos irrelevantes (criticados por pneumologistas e desaconselhados pela DGS e OMS) para supostos instrumentos salvíficos na estratégia de alguns países no combate à covid.

De repente, sem sequer se pensar nos efeitos de um uso intensivo, muitos Governos caíram na moda de imporem máscaras faciais mesmo nas ruas. Durante infindáveis horas, as pessoas passaram assim a ser obrigadas a usar máscaras sem que ninguém de bom senso (exceptuando os responsáveis de Saúde Pública em países nórdicos) se questione se, em vez de proteger, as máscaras não serão, nessas circunstâncias, focos de infecção. As pessoas transformaram-se simplesmente em cobaias do desnorte dos políticos.

Fui analisar os efeitos da imposição de mácaras na Itália. Na região de Lazio, que inclui a capital Roma, a imposição ocorreu a partir de 3 de Outubro (eu estava lá e assisti). De acordo com os dados do Ministério da Saúde de Itália, esta região contabilizou, naquele dia, 261 novos casos positivos. Se se considerar uma semana (tempo médio de incubação), então significa que a partir do dia 10 de Outubro todos os novos casos positivos seriam de pessoas infectadas já no período de uso obrigatório de máscara nas ruas. Ou seja, esperar-se-ia então uma diminuição dos casos, assumindo que as ditas máscaras dominuíam o risco de infecção, não é? 

Mas o que aconteceu a partir do dia 10 de Outubro na região de Lazio? Ora, um grande aumento de novos casos positivos. Nesse dia 10 já eram 384 (uma subida de 47% em relação ao dia 3). No dia 18 eram já 1.198 novos casos, i.e., uma subida de 359% em relação ao primeiro dia de imposição.

Similar situação se verificou em outras regiões e em toda a Itália, onde a obrigatoriedade de uso de máscara nas ruas se estendeu a partir de 7 de Outubro. Nesse dia a Itália registou 3.677 novos casos positivos. Uma semana mais tarde, o impacte das máscaras na rua era também o oposto do desejado: no dia 14 já subira, e de forma abrupta, para os 7.332 novos casos. No dia 18 de Outubro atingiu os 11.705. Ou seja, 11 dias depois de se imporem as máscaras na rua, os novos casos positivos diários em Itália tinham mais do que triplicado, registando um aumento absoluto de 9.028 casos. 

Fiz similar exercício para a Lombardia (uma das regiões mais fustigadas pela covid na Primavera) e, mais uma vez, similar efeito: as máscaras na rua em vez de fazerem diminuir as infecções afinal resultaram num aumento: entre 7 e 18 de Outubro os casos positivos aumentaram 472% com uma subida absoluta de novos casos de 520 (dia 7) para 2.975 (dia 18).

É nesta aventura que Portugal se vai meter dentro em breve, quando também impuser máscaras nas ruas. Os doutores Froes e as doutoras Freitas devem ficar muito satisfeitos com estas experiências. E então, depois do desastre que se avizinha com esta coisa dos trapos em todo o lado, os doutores Costa e Sousa encontrar-se-ão, pesarosos, e decretarão estados de sítios e recolheres obrigatórios, até porque, na verdade, a culpa é sempre nossa. Nunca deles.

Nota: os dados de Itália, por dia e região, podem ser consultados aqui.





DA VIDA NO PAÍS SEM TRAPOS E DA MORTE NO PAÍS CUJO PRESIDENTE TOMA A VACINA DA GRIPE EM TRONCO NU DE PERNA TRAÇADA

Quando comparo os dados da mortalidade dos maiores de 65 anos entre Portugal e a Suécia, o exercício provoca-me um fluxo significativo de calão, Afinal, o país que nunca obrigou ninguém a meter trapos nas fuças, que foi acusado de matar velhos, apresenta taxas de mortalidade dos maiores de 65 anos que nos deviam envergonhar... por serem muito mais baixas do que as nossas.

Desde o início do ano, e padronizando a população deste grupo etário (aqueles que nós queríamos proteger com trapos, confinamentos, StayAwayCovids, estados de calamidade e de sítio, recolheres obrigatórios e o diabo que os carregue), Portugal apresentava, no final de Setembro, mais 11,1% de mortes do que a Suécia. Trocado em miúdos, desde o início de 2020, por cada 100 suecos idosos que morerram, em Portugal morreram 111.

Aliás, a situação nunca esteve desfavorável à Suécia, mesmo no pico da covid (Abril e Maio), porque aqueles nórdicos desalmados não deixaram morrer tanta gente de gripe como os portugueses nos meses de Janeiro e Fevereiro.

Contudo, desde Julho, dá uma raiva descomunal comparar os níveis de mortalidade mensal entre os dois países em relação aos mais idosos (acima de 65 anos). Em Julho morerram em Portugal 34,4% mais; em Agosto 15,4% mais; em Setembro 20,7% mais. 

Fazendo alguns cálculos, se Portugal apresentasse actualmente a mesma taxa de mortalidade acumulada da Suécia para os maiores de 65 anos (e mesmo contabilizando a covid), em vez de termos tido, até finais de Setembro, 76.744 mortes por todas as enfermidades, estaríamos com 69.047. Seriam menos 7.697 mortes, Seriam mais 7.697 pessoas com quem as famílias, eventualmente, poderiam passar o Natal... 

Não acordem para isto, não. Continuem a acreditar que o SNS está bem; continuem a acreditar que os trapos e os confinamentos são a estratégia principal para debelar a covid (os transportes estão óptimos); continuem a acreditar que basta tomar a vacina da gripe, como o Marcelo Rebelo de Sousa, e que não se morre porque se adiam consultas, exames e cirurgias. Continuem a acreditar no Pai Natal. 




DO NARCISO

Marcelo Rebelo de Sousa foi vacinar-se contra a gripe. E, obviamente, achou que deve expor o bronzeado, não sei com que objectivo. Nem sei, aliás, a razão para se ir tomar uma vacina no braço e ficar-se de tronco nu, perante as câmaras, de perna traçada.




domingo, 18 de outubro de 2020

DA MONOTÓNICA COVID

É a covid perigosa? Sim, mas quase apenas para os idosos? É imprevisível? Não! Ao contrário daquilo que a imprensa e a histérica OMS e DGS propalam, a covid começa a mostrar ter um comportamento muito monotónico, pese embora as variações nos casos positivos (artificiais, por via dos falsos positivos) e as variações sazonais na mortalidade em função das regiões do Mundo.

Estive a analisar o ritmo da mortalidade da covid desde que ultrapassou os 100 mil óbitos a nível mundial, no dia 7 de Abril. Depois dessa fasquia, a covid demorou 16 dias até aos 200 mil mortos (22 de Abril); depois mais 20 para chegar aos 300 mil (11 de Maio), e depois sempre num ritmo que variou entre os 18 e 24 dias.

Não querendo menorizar o impacte desta doença (que representa, por agora, 2,3% do total das mortes em 2020), a uma escala mundial nada há aqui de exponencial. Nem ondas nem crescimento.

Datas em que se se atingiram os patamares de mortes por covid a nível mundial:

100.000 - 7 de Abril

200.000 - 22 de Abril

300.000 - 11 de Maio

400.000 - 3 de Junho

500.000 - 24 de Junho

600.000 - 14 de Julho

700.000 - 1 de Agosto

800.000 - 18 de Agosto

900.000 - 5 de Setembro

1.000.000 - 24 de Setembro

1.100.000 - 14 de Outubro



DO PORNOGRÁFICO MORTICÍNCIO DOS VELHOS

Enquanto o Governo e o já inenarrável PR nos entretêm com ameaças de multas por não se usar um aplicativo de smartphone e de um "recolher obrigatório", os velhos continuam a morrer, Os velhos, sabem? Aquelas pessoas que, enfim, morrem que se fartam mas que, nós, as gerações mais novas, agradecidas e penhoradas,  tudo temos feito para os livrar da morte pela terrível covid; por issso, por eles, nos pusémos em confinamentos, comprámos ventildores com instruções em chinês, metemos máscaras, deixámos de visitar pais e avós,

Até agora, graças a tudo isto, morreram 1.446 idosos com mais de 80 anos por covid, e mais cerca de 700 de outras idades. Com menos de 20 anos: uma criança, com cardiopatia grave. Valeu o esforço, dizem muitos, porque, senão era um maior mortícinio. Dizem. 

E eu acresento: valeu bem o esforço... se, obviamente, a covid fosse a única doença mortal, e se nos esquecermos que, enfim, este ano já se contabilizaram 40.569 óbitos de pessoas com mais de 85 anos, "apenas" mais 5.773 óbitos do que a média 2014-2019. Repito: 5.773 óbitos: cabem aqui umas quantas pandemias...

Num dos meses (Julho) com menos mortes por covid (não chegaram aos 100 para todas as idades), a diferença entre os óbitos registados em 2020 e a média (2014-2019) foi de 1433 óbitos para este grupo etário. Em Agosto e em Setembro (também com poucas mortes por covid) a diferença foi de 573 e 737, respectivamente. Em Outubro, com 17 dias, já vai em 376 óbitos a mais, e mesmo com a covid a matar um pouco mais, nem metade destes foram por esta doença.

Mesmo se recuarmos aos meses de Março, Abril e Maio, o excesso de mortalidade nos mais idosos não é explicada, nem pela metade, pela covid. 

Meus caros, e minhas caras, a carnificina de velhos continua e vai continuar. E de forma cada vez mais pornográfica. Sim, daqueles que precisam de cuidados de saúde de forma continuada; daqueles que, por exemplo, podem lerpar por causa de uma tensão alta não ser de imediato controlada. 

É pornográfico continuar a assistir à indigente DGS borrifar-se para o morticínio dos velhos que morrem por afecções não-covid. 

É pornográfico gastarem-se três milhões de euros por dia, e milhões e milhões em ajustes directos sem préstimo, enquanto se anulam e suspendem consultas, exames e cirurgias. 

É pornográfico ver os Froes desta República de Egos borrifarem-se enquanto, orgulhosos das suas façanhices, posam para a fotografia, ostentando a mesma máscara que, meses antes, diziam ser parola (ou coisa parecida). 

É pornográfico ver os jornalistas, autênticos arautos da Propaganda do Medo e do Pânico, borrifarem-se para a situação actual do SNS. Para eles, tudo é covid, apenas covid, sempre covid.   

Estou farto desta insanidade.



DA BALDA

A DGS acredita tanto nos casos positivos que agora pululam à conta do “negócio dos testes”, e na sua produção de falsos positivos, que agora já nem exige um teste negativo para “atestar” que os assintomáticos estão mesmo “curados”. Curados com aspas, porquanto quase todos nunca estiveram efectivamente doentes. Isto é tudo tão parvo.



sábado, 17 de outubro de 2020

DO ESTADO DE SÍTIO E DO RECOLHER OBRIGATÓRIO

A loucura apossou-se da Europa e ameaça Portugal. Fala-se agora já em recolher obrigatório no nosso país, vá-se lá saber o efeito de não andar na rua para os níveis de infecção.

Tudo bem: é sempre giro para um político democrata ostentar na lapela um decreto típico das ditaduras.

Porém, olhando para este gráfico, apenas tenho uma dúvida: o recolher obrigatório em Portugal justificar-se-à pelas 172 mortes da covid na primeira quizena de Outubro, ou antes pelas 446 mortes em excesso por causas não-covid, muito devido ao estado de sítio em que se transformou o nosso Serviço Nacional de Saúde?



DA EVIDÊNCIA DA ESTUPIDEZ DOS TRAPOS NAS RUAS OU DA ITÁLIA COMO EXEMPLO

Portugal prepara-se para impor a obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas. DevÍamos olhar para o caso da Itália antes de nos abalançarmos para estas aventuras face à fraquíssima evidência de efeitos positivos de se andar horas sucessivas com "trapos nas fuças", que são, aliás, propiciadoras de usos inadequados que podem, outrossim, auxiliar as infecções. Aliás, esse risco constitui uma das razões para a Agência Sueca de Saúde sempre ter optado por não colocar o uso das máscaras sociais na sua estratégia.

A Itália, como se sabe, impôs no dia 7 de Outubro (e antes disso, no dia 3 em Roma, como assisti in loco) o uso obrigatório de máscaras nas ruas. Entre 5 e 7 deste mês, este país tinha registado uma média diária de 59,7 casos positivos por milhão de habitantes, um valor relativo então inferior à Suécia (79,9 por milhão), onde a máscara não é obrigatória em qualquer circunstância. A dimensão dos casos positivos na Suécia não parece estar a incomodar em demasia as autoridades suecas, até porque a mortalidade por covid está baixa e controlada. Mas a Itália e seus políticos entraram em pânico com uma subida de casos positivos (ai os falsos positivos, o que fazem), mesmo se a mortalidade por covid está abaixo dos 10% dos níveis de Março e Abril.

Ora, mas admitamos que seja legítimo e prudente que sejam tomadas medidas. Contudo, a serem tomadas medidas, talvez, digo eu, sejam no pior dos casos um placebo. E que jamais façam a situação ficar pior do que não mexer. 

Com efeito, se as máscaras sociais nas ruas fossem eficazes, seria suposto que na Itália as infecções registassem uma fortíssima diminuição a partir do dia 13 de Outubro (contabilizando  5-6 dias de período médio de incubação). 

Porém, surpresa (ou talvez não), vejam o que está a acontecer em Itália. Enquanto a Suécia manteve, no período 14-16 de Outubro), sensivelmente o mesmo número de casos positivos (média diária de 80,9 por milhão), a Itália, em vez de ter um decréscimo (era esse o objectivo, não?), acabou tendo um acréscimo de 142%! Ou seja, passou de 59,7 casos diários nos três dias anteriores à imposição das nas máscaras na rua para 144,4 casos diários já no período de plena eficácia da média. 

Se isto não é um tiro nos pés, não sei já o que diga... E Portugal apresta-se para seguir esta linha, não é? Boa sorte!



DO MAL DOS LARES

Vou fazer umas contas muito simples para se ter uma melhor percepção sobre o maior impacte da covid nos lares, não apenas por agregar população muito idosa em final de vida como por causa dos problemas de infecção descontrolada ocorridos em alguns. Nesta simples análise evidencia-se ainda mais ser a covid um mal dos lares, que agrega 100 mil utentes. 

De acordo com a DGS, até ontem tinham morrido por covid 860 utentes em lares, pelo que fora dos lares terão  morrido 1.289 pessoas. Destes 1.190 tinham mais de 60 anos.

Ora, face à capacidade dos lares em Portugal, temos então até agora uma taxa de mortalidade próxima de 0,86%. Daqui se infere que havendo então 2 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivendo fora de lares (por simplificação exclua-se a população em idade activa e considere-se para este grupo etário os 1.190 óbitos acima referidos), temos então uma taxa de mortalidade de apenas 0,06% para este grupo.

A taxa de mortalidade para a população em idade activa é estatisticamente irrelevante.

Note-se que não há informação sobre a taxa de mortalidade nos lares. Porém, a taxa de mortalidade anual para os maiores de 85 anos ronda os 15% e para o grupo dos 80-84 anos de 5%. Daqui resulta duas coisas: a covid tem um impacte muitíssimo maior nos lares, mas não parece indiciar ser uma doença que globalmente esteja a mostrar-se catastrófica (por representar uma taxa de mortalidade inferior a 1%). Aliás, nos lares, cada vez mais relevante parece ser uma avaliação rigorosa do impacte dos efeitos colaterais da estratégia anti-covid, em especial da mortalidade no Verão e dos efeitos da suspensão de muitos cuidados médicos essenciais em idades mais avançadas.



DA IRONIA COM UM TRAPO NAS FUÇAS

Nas orientações programáticas 2017-2020 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, surge como Visão, «vivermos num mundo em que todas as pessoas respirem livremente"...



sexta-feira, 16 de outubro de 2020

DO LOBO MAU

Morreram 21 pessoas ontem por covid. Este mês já vamos em 172 mortes. Marcelo Rebelo de Sousa ameaça com recolher obrigatório, António Costa com "trapos nas fuças" nas ruas... Entretanto, tudo muito bem, com o SNS, como já se torna habitual : excluindo as tais 172 mortes por covid, o excesso de mortalidade total (em função da média) na primeira quinzena de Outubro atingiu os 446 óbitos, cerca de 2,5 vezes superior à covid... Entretanto, Cristiano Ronaldo sobrevive com esforço à infecção.