domingo, 3 de janeiro de 2021

DA GRIPE ESPANHOLA E DA COVID: A ESTUPIDEZ E IGNORÂNCIA NO OLHAR DE DUAS REALIDADES TÃO DISTINTAS

(dedicado aos senhores e senhoras jornalistas na esperança de deixarem de fazer figuras tristes... e para todos aqueles que quiserem usar argumentos para contestar tentativas de encontrar similitudes parvas entre as duas pandemias) 

A ignorância é aceitável e suportável quando discreta. Porém, quando se expõe causa-me urticária e fúrias mil. E mais ainda se cometida por jornalistas, porque gostava de preservar o meu passado pessoal nesta (outrora nobre) profissão.

Isto para vos dizer que tenho dito muitos palavrões sempre que ouço ou leio "balanços" e comparações dos jornalistas (e dos adeptos do histerismo vigente) que "colam" a mortalidade da covid à Gripe Espanhola.

São todos uma bestas ignorantes - e estou a ser meigo. Primeiro, porque mostra uma obtusa gnorância em redor da população portuguesa (éramos 6 milhões em 1918; agora somos 10 milhões, e com uma estrutura etária bem diferente). Segundo, revela estupidez porque o incremento da taxa de mortalidade em 1918 (em relação aos anos anteriores), perante os anos anteriores, faz o incremento da taxa de mortalidade em 2020 parecer uma brincadeira de crianças.

Por agora, deixo-vos apenas o gráfico da evolução da taxa de mortalidade desde 1886 até 2020, com base em diversos fontes fidedignas, incluindo a estimativa para 2020 que fiz com base nos dados do SICO e INE (estimativa da população) para se aperceberem da estupidez de comprarar 2020 com 1918. Aquilo que sucedeu em 2020 é muito semelhante ao que sucedeu em 1969 (impacte da Gripe de Hong Kong em Portugal, com o já habitual vírus da gripe H3N2), e não parece um fim do Mundo,

Voltarei ao assunto.


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