segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

DA SEDE, A ‘DROGA’ MAIS EFICAZ PRÓS VELHOS PORTUGAS

Antes da pandemia estava eu habituado a viver numa sociedade com (alguns) ignorantes. Neste momento, chateia-me deveras viver numa sociedade que, afinal, aparenta ser de ignorantes. Ignorantes ou pessoas ideologicamente cegas... 

O escândalo em redor da suposta estratégia da Suécia por se ter ministrado morfina aos idosos em vez de os levar ao hospital em tempos de pandemia - e que, em muitos casos, derivam de opções dos próprios e/ou familiares - pode e deve chocar mentes mais cristãs como as portuguesas... Isso eu até compreendo, embora se saiba que clinicamente a esmagadora maioria dos doentes com covid sejam “inelegíveis” para as UCI (cuidados intensivos).

Só acho insuportável que, quem critique o modelo sueco, opte por enterrar a cabeça sobre o nosso burgo, e não queira saber, ou pior, queira esquecer, como morrem, morreram e morrerão os idosos portugueses em lares durante esta pandemia ou durante eventos de calor... Falta de água, a maioria das vezes, caríssimos. Isso mesmo! Deduzo, aliás, que a opção morfina só não se aplica em Portugal porque, faltando até quem possa dar um copo de água aos velhos, não haveria quem lhes pudesse dar a injecção. E talvez nem morfina houvesse. 

P. S. Edições como as do Público de ontem, de homenagem aos idosos, só servem para descansar más consciências. Pagava para que o Público insistisse junto da DGS para que fosse divulgado em cada dia o número de infectados e mortes nos lares causadas por covid e outras doenças, e comparando com outros anos. Isso sim seria jornalismo.




Sem comentários:

Enviar um comentário