quarta-feira, 11 de novembro de 2020

DOS LARES, SEMPRE!

Peço: foquem-se no essencial. Haver 4.000 ou 6.000 ou 10.000 casos positivos é irrelevante, até porque se anda a testar à maluca (já cerca de 40 mil testes PCR), e isso é já apenas um negócio. Aquilo que verdadeiramente interessa não é apanhar casos positivos, sejam verdadeiros positivos quer falsos positivos. 

Na verdade, aquilo que se será fundamental é analisar se, na prática, as normas de segurança dos lares estão a ser cumpridas. 

Desde o início do mês detectaram-se cerca de 300 casos positivos por dia em idosos com mais de 80 anos e mais 275 por dia entre os 70 e 79 anos. Só isto dá, garantidamente, por dia entre 73 e 95 mortes nas próximas duas semanas.

Quantos destes casos positivos são utentes de lares? Quantos das mortes diárias são de idosos que viviam em lares? Pela amostra da imprensa, muitos serão. Mas precisamos de saber a verdade. As restrições de liberdade impostas pelo Governo deverim ter, como moeda de troca, a transparência e a verdade. E transparência e verdade é coisa que o Governo e a DGS nunca nos quiseram dar.  

P.S. Os números de hoje não me surpreendem, e, infelizmente, a tendência será para piorar. Todos os indicadores que uso apontam para o descontrolo dos lares, daí a minha insistência. Quem me acompanha pode ver que escrevi, no sábado passado, o seguinte (e insistindo na questão dos lares): "Eu, que não tenho nenhum doutoramento em Matemática, já aqui apontei num post do dia 4 de Novembro, que, graças ao falhanço na protecção dos idosos (e tudo indica que seja nos lares, como já expliquei), será expectável atingirmos uma mortalidade entre os 82 e os 106 óbitos nas próxima semana ou daqui a duas (estimativas feitas com base em intervalos de taxas de letalidade para os grupos maiores de 60 anos). O problema, insisto, estará sobretudo nos lares, e seria bom que a DGS revelasse a verdadeira dimensão dos casos actuais. Escrupolosamente. Mas isso não acontecerá, porque politicamente não interessa, e arranjam-se assim manobras de diversão, e actores que queiram fazer favores ao Governo." (vd. aqui).








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