sábado, 19 de setembro de 2020

DA MÁQUINA DE FAZER TESTES

Se há número da pandemia da covid-19 que me começa a impressionar é o número de testes PCR. Contabilizo os valores do Worldometers (que não tem para todos os países) e chego já à cifra de 596.280.150 testes. Aproxima-se da média de um teste por cada 10 viventes do Planeta. Vamos ser "meigos" na análise e façamos as contas por 40 euros cada teste. Estamos a falar de um negócio de cerca de 24.000.000.000 euros, isto é, 24 mil milhões de euros, o equivalente a um pouquito mais de 10% do PIB português.

No caso de Portugal, onde se realizaram 2.345.680 testes, se cada um tiver custado ao Estado 40 euros, andamos com a factura a aproximar-se dos 100 milhões de euros...

Parece coisa pouca? Mas enfim, seria dinheiro bem empregue se estivesse a ser útil, porque, na verdade, outra coisa que me surpreende é andar-se sistematicamente, e cada vez mais, à caça de "casos positivos", massificando a testagem mesmo em assintomáticos ou fora dos grupos vulneráveis (idosos e pessoas vulneráveis). 

Com efeito, estive a analisar os dados com algum detalhe e constatei que Portugal é, de entre os países do Mundo com mais de 10 milhões de habitantes, o 6º que mais testa, sendo apenas ultrapassado pela Austrália, Rússia, Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica.

Sendo a média a nível mundial de 5,3% de casos positivos contra 94,7% de casos negativos, os Estados Unidos são, neste grupo do top 6, os únicos que estão acima deta fasquia. Portugal está com um índice de 29 casos positivos por cada 1.000 testes (2,9%), enquanto o prémio do "apanha lá um positivo" vai para a Austrália que tem de fazer, em média, 250 testes para encontrar um caso positivo (0,4%)

Bem sei que os testes, tal como qualquer exame, tem um papel crucial para o diagníostico e a definição de uma estrategia adequada de prevenção e combate a uma doença. Porém, nesta pandemia, em que tudo parece já funcionar sem uma base de racionalidade, não há um critério assente na lógica, e está a cair-se rapidamente em exageros, testando apenas já com o fito do negócio e para alimentar o pânico. 

E temo ainda mais que, quando estiver disponível a vacina, se ande a vacinar grupos etários (como, por exemplo, os jovens) não por necessidade de os proteger, mas apenas para facturar.



Sem comentários:

Enviar um comentário