sábado, 7 de novembro de 2020

DOS PONTOS NOS ÍS

Não sou ingénuo. Sei bem que, por via das análises e críticas que tenho feito à gestão da pandemia e ao estado comatoso do SNS, tenho atraído as simpatias de muita e muita gente... Desenganem-se, porém, uma boa parte deles. Continuo o mesmo há muitos e muitos anos, com os mesmos princípios éticos, morais e ideológicos... Isto a propósito de reacções que vejo face à minha pública satisfação pela derrota do Trump, mas poderia ser também sobre a minha posição desfavorável ao Bolsonaro, à direita em geral e à radical e populista (incluindo a portuguesa) em particular, etc., etc.. Obviamente que este aviso serve também para o lado oposto: para aqueles amigos, alguns de carne e osso, que se foram afastando ou mesmo criticando-me por assumir críticas a um Governo português de esquerda... Para esses digo-lhes que a ideologia não me cega a verdade que busco.

DO PARAÍSO DA IGNORÂNCIA ATÉ À TENEBROSA COVID, PASSANDO SEMPRE PELO DOUTOR FILIPE FROES

Em 2017, que, contas bem feitas, foi há três anos, o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias fazia um relatório e um comunicado de imprensa lancinantes: aumento de óbitos de 24% provocados por doenças respiratórias desde 2006, e um total de 22.767 mortes apenas em 2015, Alguém ligou? Nada! 

Aliás, parece que também ninguém ligava a um tal Filipe Froes, um pneumologista que bem clamava (não estoua  ser irónico) sobre os perigosos de uma "doença benigna", chamada gripe, que afinal, palavras dele (vd. texto em baixo), atingia 100 milhões de pessoas por ano só no Hemifério Norte, e que matava 500 mil também por ano. Mas isto era noutro Planeta, não era? Ou passámos apenas do 8 para o 80?

Nota: O comunicadop de imprensa pode ser acedido aqui. O relatório, com a parte do Dr. Filipe Froes, pode ser acedido aqui (pg. 42).





DO TOUREAR O POVO

A ministra Marta Temido diz estar "preocupada" com a letalidade da covid "que tem subido nos últimos dias”. Devia estar sim preocupada com as infecções que, tudo indica, estão descontroladas nos lares de idosos, e são eles que estão a morrer. Em vez de estar preocupada com aumentos de letalidade deveria sim revelar o verdadeiro estado dos lares e dizer o que está a ser feito para controlar esse desvario.

Entretanto, surge no Público, um professor e investigador do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico (IST), de seu nome Henrique Oliveira, garantindo que "se as medidas deste ‘estado de emergência suave’ tiverem pouco efeito, podemos chegar às 100 mortes por dia". Balelas! Chegar-se às 100 mortes é patamar que se chegará com a actual incidência de casos positivos dos idosos, e não vai depender por isso de quaisquer resultados de estados de emergência, de muito duvidosa eficácia. Eu, que não tenho nenhum doutoramento em Matemática, já aqui apontei num post do dia 4 de Novembro, que, graças ao falhanço na protecção dos idosos (e tudo indica que seja nos lares, como já expliquei), será expectável atingirmos uma mortalidade entre os 82 e os 106 óbitos nas próxima semana ou daqui a duas (estimativas feitas com base em intervalos de taxas de letalidade para os grupos maiores de 60 anos). O problema, insisto, estará sobretudo nos lares, e seria bom que a DGS revelasse a verdadeira dimensão dos casos actuais. Escrupolosamente. Mas isso não acontecerá, porque politicamente não interessa, e arranjam-se assim manobras de diversão, e actores que queiram fazer favores ao Governo.

Em suma, a fasquia simbólica dos 100 mortos vai ser ultrapassada por causa dos lares. E o "estado de emergência" acaba introduzido sobretudo para mostrar que, se alguma coisa falhar (e vai falhar ainda mais), a culpa jamais será do Governo (que continua a falhar no controlo das regras a aplicar aos lares e no apoio aos idosos que lá vivem) mas sim do povo em geral.

Aliás, constata-se uma tónica comum em grande parte da Europa, que passa basicamente por os Governos tomarem medidas, e mais medidas, muitas delas inócuas, outras até contraproducentes, para controlar casos positivos, independentemente das mortes que houver. Querem mostrar sobretudo serviço com um objectivo claro. Se por um acaso as coisas correrem bem, os Governos sempre poderão dizer que foi em virtude das suas sábias medidas; se correr mal, os Governos podem sempre dizer que, apesar das suas sábias medidas, a degraça sobreveio por culpas do povo.

E vamos andar nisto. Até para o ano. E a nossa Propaganda Mediática, acriticamente, vai dar uma boa ajudinha. E garanto-vos, isto não é nenhuma teoria da conspiração. São evidências.



sexta-feira, 6 de novembro de 2020

DA PNEUMONIA E OUTRAS MALEITAS SEM IMPORTÂNCIA

O que eu dava para ver o Rodrigo Guedes de Carvalho ler na SIC os 13 pontos das conclusões do último relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias...

Já o José Rodrigues dos Santos, sem piscar o olho, podia ler a seguinte parte da página 6:

"Por dia, morreram 37 pessoas por doença respiratória. A idade média foi de 82,5 anos, mais elevada nas mulheres 84,4 anos, do que nos homens 80,8 anos. Se a este número acrescentarmos os óbitos por cancros da traqueia, brônquios e pulmão, 4074, poderemos dizer que por dia morreram 48 pessoas por doenças respiratórias. Dos 13474 óbitos por doenças respiratórias, em 6006 a causa de morte foi Pneumonia (44,6%). Este número é particularmente relevante, visto ser uma patologia potencialmente curável. Dos óbitos por Pneumonia, 94,3% tinham 65 ou mais anos e 87% tinham 75 ou mais anos."

Nota: O relatório pode ser consultado aqui (vd. pp. 20-21). 





DA (IN)EFICÁCIA DAS MEDIDAS

Obrigatoriedade de uso de máscaras nas ruas de Itália desde 7 de Outubro, quando os casos positivos eram 3.677. Ontem atingiu-se um máximo de 34.505. Quase 10 vezes mais em menos de um mês.

Um resultadão do caraças... 

P.S. Claro que haverá quem defenda que sem as máscaras teríamos 20 vezes mais, 100 vezes mais, 1.000 vezes mais. Talvez infinito mais. Teríamos os italianos já todos infectados. E talvez mortos. Se foi o chumbo que fez ruir o Império Romano, agora será esta pandemia.



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

DO PERFIL DA COVID NA EUROPA, OU DAQUILO QUE SE VIU NA PRIMAVERA E DO QUE SE VÊ (POR) AGORA

Se o vírus fosse um ser pensante maquiavélico, por certo estaria a rir-se a bandeiras despregadas, porque muitos humanos, feitos baratas tontas, andavam como mil e uma supostas artimanhas para o combater (leia-se lockdowns,, recolheres obrigatórios, máscaras nas ruas, estados de sítios e trinta por uma linha).

Fiz dois gráficos com os países da UE-27, confrontando a mortalidade por covid registada no dia 3 de Novembro (média móvel de 7 dias, pelo que considera a mortalidade entre 28 de Outubro e 3 de Novembro) com o pico de mortalidade (média de 7 dias) durante a Primavera. Os valores para todos os países foram padronizados para a população de Portugal para permitir comparações válidas. vale a pena repetir que 100 na Espanha não são 100 em Portugal; são apenas 22.

Assim, pelo menos na Europa (UE-27), a pandemia da covid mostra aspectos muito interessantes: 

1 - Não existe um padrão de infecção-efeito na mortalidade comum no espaço europeu. Tal como na Primavera, existem países em que a covid é irrelevante; outros em que constitui um problema grave. Pensar que se resolve a questão repetindo soluções em todos os países (que é o que está a suceder) vai dar problema. 

2 - Dos 10 países da UE-27 que apresentam agora maior mortalidade por covid (padronizada à população portuguesa), 7 não tiveram primeira onda durante a Primavera.

3 - Dos 13 países que apresentaram uma primeira onda (subjectivamente, aqueles que tiveram um pico com mais de 25 mortes por dia), apenas Portugal e a Áustria apresentam, por agora, valores de mortalidade superiores à primeira onda.

4 - Os países com menores restrições (e que nem sequer impõe uso obrigatório de máscara), como a Suécia, Finlândia e Estónia, apresenta agora um nível de mortalidade irrelevante ou mesmo nulo.

5 - Apesar do pânico europeu aparentemente geral, de entre os países da UE-27, existem 8 países com mortalidade por covid que não me parece descontrolada (menos de 15 óbitos por dia face á prevalência de infecções respiratórias nesta época do ano), a saber: Irlanda (10), Suécia (4), Dinamarca (4), Alemanha (12), Finlândia (2), Estónia (0) e Grécia.

E pronto, isto é o que me apraz dizer-vos por agora. 

Fonte: Worldometers.


DOS VELHOS, DOS LARES E DAS FÁBRICAS DE CADÁVERES

A DGS, Governo e presidente da República, e uma " legião" de pessoas (aquelas que apoiam lockdowns, estados de emergência, restriçõesa torto e a direito, máscaras na rua, recolheres obrigatórios), nunca devem ter perdido muito tempo a analisar onde está o calcanhar de Aquiles na luta contra a covid. 

Nem tão-pouco eles querem entender que não se ganha nada se não se conseguir atenuar a mortandade que tem atingido, independentemente do mês, os maiores de 85 anos, mesmo em períodos em que a covid estava a matar pouco.

O gráfico que apresento mostra bem como tem sido a variação da mortalidade TOTAL nos maiores de 85 anos (média móvel de 5 dias para alisar variações diárias bruscas) desde o início da pandemia. 

Com a excepção de dois dias em Junho, houve sempre excesso de mortalidade, tanto nos meses com maior incidência de mortalidade por covid (Março, Abril, Maio e Outubro), quer nos outros meses. particularmente em Julho (um desastre inimaginável), mas também em Setembro. Novembro ameaça ser terrível. E aviso já: Janeiro costuma ser o pior mês, de longe. 

Causa-me raiva (é esse mesmo o termo) ver o Governo e a DGS a não terem querido sequer compreender (e, pelo contrário, arranjaram tipos como um Baltazar Nunes, do INSA, para branquear os efeitos de um SNS em estado comatoso) quais os motivos para o sistemático excesso de mortalidade nos mais idosos ao longo dos últomos meses. E sobretudo as mortes nos lares, onde estão 100 mil pessoas, com médias de idade acima dos 80 anos, com muitas comorbidades e, por isso, bastante vulneráveis. Entra ali a covid (e quem diz covid diz infecções respiratórias) e a mortalidade dispara como fogo em palheiro.

Na verdade, embora faltem explicações (e nesta altura deveriam existir), desde Março a mortalidade nos lares terá sido sempre muito elevada quer por causa da covid quer também por causa de outras doenças que deixaram de ter acompanhamento. A pandemia é apenas um problema. E não é o menor. E pouco ou nada se tem feito, tal como nada se tem inquirido e estudado. Não se compreende como não existem dados da DGS para se conhecer, cronologicamente, a situação dos lares. Acho incrível, sobretudo porque existem normas emanada pela DGS desde Março relativas ao controlo e contabilização dos casos nos lares. Não haverá ninguém para tratar essa informação? Será necessário, como sucede com um simples relatório diário geral, contratar uma empresa externa por ajuste directo?

Achar, com tudo isto, que se consegue controlar a entrada das infecções e as mortes nos lares fechando um país inteiro é achar que se consegue tapar o sol com uma peneira. Insistir em medidas que comprovadamente poucos efeitos produzem é apenas "comprar" mais peneiras para tapar o Sol, sabendo que a luz semre passará , porque o problema não é o Sol, mas sim a necessidade a ineficácia das peneiras por muitas que se usem. O problema está na peneira; portanto, mude-sea peneira como estratégia de vã tentativa de tapar o Sol.

Se se quer evitar a proliferação da covid nos lares (que resultam numa incidência da mortalidade que estimo ser oito vezes superior à dos idosos que não vivemo nos lares (vd. meu post de ontem) não se pode continuar no actual modelo de voluntarismo, a que acresceu apenas a realização de (muitos) testes e as restrições às visitas. 

Mais do que controlar se as pessoas saem de um concelho para o outro, ou se se juntam mais de 5 pessoas, é saber se os lares (os mais de 2.500 lares) cumprem objectivamente as regras de protecção, se os funcionários usam convenientemente máscaras e procedimentos de desinfecção, eem suma garantir um reforço de profissionais de saúde qualificado em cada lar para, entre outras coisas, garantir que há um cumprimento de regras e acompanharem os idosos do pontode vista clínico (quer para covid quer para outras situações). Mobilize-se meio para os lares e garanto que a mortalidade por covid e por outras doenças decairá. 

Se isso não se fizer, nos próximos tempos, mais do que nunca os lares serão "fábricas de cadáveres".

Fonte: SICO-eVM




quarta-feira, 4 de novembro de 2020

DO VERDADEIRO DESASTRE QUE AÍ VEM, OU DAS MEDIDAS QUE FALHARAM NOS LARES, OU DO COMO VAMOS CHEGAR AOS 100, OU DO COMO ME MANTENHO FIEL AO QUE SEMPRE DEFENDI

No dia 19 de Maio (vd. aqui) tive necessidade de escrever um Statement (já então era bastante atacado), cujos dois primeiros pontos eram os seguintes:

"1 - A covid-19 é uma doença perigosa sobretudo para os idosos, e especialmente para os maiores de 85 anos.

2 - A covid-19 não representa qualquer perigo relevante para a população com idade inferior a 55 anos, exceptuando-se, porém, os casos individuais de pessoas com alguma vulnerabilidade. 

Contudo, essas pessoas são vulneráveis a outras mais doenças."

Não alterei a minha postura, apesar de já ter sido catalogado de negacionista. Posto isto aqui, e apesar de, por imensas vezes, ter alertado para o problema dos lares, na verdade nunca se olhou para eles como se fosse o "cerne" da pandemia. São o cerne. E ainda há dias alertava para a preocupante tendência da incidência de casos positivos nos maiores de 80 anos, que indiciavam (mesmo ignorando-se dados oficiais) que os lares estavam a ter novamente problemas. E graves.

Como se via isso sem dados? Por via indirecta, Se à medida que se avança nos grupos etários (dos maiores de 20 em diante) a incidência diária diminui até aos 70-79, mas depois sobe significativamente, é porque algo se estranho se passa com a "protecção" dos maiores de 80 anos, E o que se está a passar é, sem tirar nem pôr, e por muito que se queira esconder, um descontrolo nos lares, que se vai pagar muito caro nas próximas semanas.

Vou apresentar aqui uns cálculos rápidos para demonstrar a verdadeira e terrível dimensão do problema dos lares.

1 - Estima-se que viviam em Portugal em 2019 (dados do INE) cerca de 675 mil pessoas com mais de 80 anos.

2 - Em todos os lares portugueses, que albergam cerca de 100 mil utentes, a idade média está acima dos 80 anos, podendo-se assim admitir que vivam fora dos lares 575 mil idosos desta faixa etária.

3 - Segundo informações do Governo, divulgadas a meio de Outubro, as mortes em lares representavam então 40% do total. Significa assim que, face aos números de hoje, terão assim já morrido 1.077 idosos em lares por covid (0,4 x 2.694 óbitos)

4 - Deste modo, tendo em conta que morreu um total de 1810 pessoas por covid com mais de 80 anos, então neste grupo etário terá falecido 733 idosos que não viviam em lares,

5 - Significa isso que a taxa de mortalidade por covid dos utentes dos lares (com mais de 80 anos) é de cerca de 10,8 óbitos por mil pessoas, enquanto que fora dos lares, para a mesma faixa erária, é

de apenas 1,3 óbitos por mil pessoas. Vejam bem; a taxa de mortalidade por covid nos lares é cerca de 8 vezes superior!

Isto para dizer que o Governo e a DGS têm de arrepiar caminho quanto antes nos lares, até porque sei de fonte segura que as infecções continuam a fluir livremente, e aumentou nas últimas semanas, de fora para dentro, por parte de funcionários

Tenho alertado, e quem me acompanha com isenção sabe bem disso, para dois aspectos fundamentais nesta pandemia:

1) não se pode deixar o SNS entrar (como já entrou) em estado comatoso, porque isso contribui para o aumento da mortalidade total, que acaba por ser pior do que a covid;

2) colocar uma ênfase especial (diria que quase todos) na protecção dos lares, com uma gestão profissional e "científica", caso contrário a mortalidade por covid atinge valores elevadíssimos, porque entrando nos lares a covid atinge uma rápida disseminação junto de uma população não só idosa como geralmente com muitas vulnerabilidades. O calcanhar de Aquiles inicial da Suécia foi esse (e pagou caro com muitas mortes), e quando conseguiu corrigir pode estabelecer uma estratégia racional sem restrições relevantes e sem máscaras.

Os tempos mais próximos, infelizmente, vão ser dramáticos, e vão impor-se restrições mais fortes e o recolher obrigatório vai ser uma inevitabilidade por razões políticas e psicológicas. Mas não pensem que as máscaras na rua e o recolher obrigatório resolvem os problemas se não se fizer uma mudança radical na abordagem aos lares, com imposição de regras muito rígidas de protecção contra as infecções, mas sobretudo intensificando o acompanhamento médicos desses idosos (ou seja, fazer o contrário do que até aqui, já que muitos viram consultas adiadas).

Os tempos mais próximos, dizia eu, vão ser muito maus, infelizmente, pelos erros que se estarão a cometer nos lares. Olhando para a evolução da última semana (28out-3nov) na incidência da covid nos mais idosos, em comparação com a semana anterior (21out-27 out), é de esperar que nos próximos sete dias a mortalidade pro covid se situe entre os 49 e os 64 óbitos, mas irá subir para valores entre os 82 e os 106 óbitos (estimativas feitas com base em intervalos de taxas de letalidade para os grupos maiores de 60 anos).

Muitos dirão que se está afinal a confirmar que a covid é mesmo uma terrível pandemia. Eu, porém, continuarei a dizer que é uma doença perigosa para os idosos e que se está a falhar, e rotundamente, nos lares. Não admitir isso é contribuir para um infindável tormento de mortes nos lares, e tormento para quem ficar cá fora, sofrendo restrições que acabam por ser infrutíferas. Porque o mal está sobretudo nos lares.

P.S. Faço notar que Portugal é o único país da Europa Ocidental que está actuamente com mais mortes (medida pela média de 7 dias) do que a que registada durante a “onda” da Primavera. Tem, ao dia de hoje uma média de 38 óbitos, quando o máximo de Abril foi 32. Ou seja, a situação portuguesa mostra uma evolução preocupante, mas, até agora, única nesta parte da Europa. Os países de Leste que estão com elevada mortalidade não tiveram praticamente óbitos por covid na Primevara. Já agora, a mortalidade média diária na Suécia nos últimos sete dias é de 4. Sem máscaras e sem recolher obrigatório. Talvez fosse boa ideia alguém do Governo deixar de ser rezingão, e ir ver o que eles fizeram nos lares. Perdurar nos erros é que é grave..

Fonte: DGS e INE.



DOS ESPECIALISTAS DA ESTRATÉGIA ANTI-COVID

Desde muito cedo, em Julho, alertei para o mortícinio, sem precdentes num mês de Verão, que se estava a registar. Ninguém ligou, porque os alertas foram feitos num blog e no FB. E eu sou quem sou, e não sou um reconhecido epidemiologista, nem virologista nem sequer médico. Sou, segundo consta, um não-especialista, um curioso, um tipo que está comodamente no sofá.

Entretanto, mesmo sendo um suposto não-especialista, analisei em Agosto o relatório do IPMA, o índice ÍCARO e a mortalidade do mês de Julho, tendo concluído que o excesso de mortalidade não podia ter sido provocada por qualquer suposta onda de calor, e que o tempo quente iria servir sim como bode expiatório. Escrevi, por exemplo, aqui e aqui

Dito e feito. Em meados de Setembro, veio o Doutor Baltazar Nunes, responsável pela divisão de epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge (INSA) e consultor da DGS (este sim um verdadeiro "especialista"), garantir que a "culpa" das mortes em excesso em Julho tinha sido do tempo quente. Dizia ele então: “Se o excesso de mortalidade estivesse relacionado com, ou se a principal causa da mortalidade fosse a ausência ou diminuição do acesso aos cuidados, o aumento de mortalidade não teria um comportamento de subida e descida. É essa a principal razão pela qual acreditamos que o aumento da mortalidade tem a ver com estes três fatores.”

Um tipo comum ouve um especialista e fica convencido que o dito sabe mais do que um não-especialista... E, pronto, vaticina que o especialista tem razão, e que o suposto não-especialista (eu, neste caso) tem má-vontade contra o Governo, contra a DGS, contra a Ciência e contra tudo e contra todos, é um negacionista e um histérico.

Sucede, porém, que há outros investigadores que, enfim, não sendo consultores da DGS, fazem Ciência. Alguns estão na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Esta semana, um desses grupos - constituídos por André Vieira, Vasco Ricoca Peixoto, Pedro Aguiar, Giorgio Zampaglione, paulo Sousa e Alexandre Abrantes - veio confirmar o que eu (um suposto não-especialista) havia já escrito em Agosto, explicitando que as temperaturas alcançadas em Julho "dificilmente podem explicar alterações fisiológicas que causem excesso de mortalidade desta magnitude", assentando baterais na redução dos cuidados médicos como explicação. Pronto, desmentiram o especialista Doutor Baltazar Nunes.

Mas o mais curioso disto tudo - ou mesmo bizarro e trágico - é saber que o Doutor Baltazar Nunes - o tal especialista, o tal que é responsável pela divisão de epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge (INSA), o tal que é consultor da DGS, o tal que para safar o Governo culpou o Sol - também acumula funções de professor auxiliar convidado da dita Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e membro integrado do Centro de Investigação em Saúde Pública (CISP). Tantos pergaminhos para depois vir ele, travestido de cientista, culpar o Sol apenas para desculpar o Governo... É por estas e por outras que adoro o modelo sueco. Lá não há destas torpes promiscuidades.

Nota: Relatório da Escola Nacional de Saúde Pública (vd. aqui).

Página do Doutor Baltazar Nunes na Escola Nacional de Saúde Pública (vd. aqui). 

Notícia do jornal i de 18/8/2020 em que o Doutor Baltazar Nunes culpa o Sol pelo excesso de mortes e desculpabiliza o SNS (vd. aqui).



DO JORNALISMO PÉ DE MICROFONE OU DO ESQUECIMENTO DOS 100 MIL PORTUGUESES MORTOS COM EXCEPÇÃO DOS QUE SE FINARAM POR COVID

Não me admira que, vidrados como estão nos números da covid e mais covid e ainda mais covid e mais covid ainda, não haja qualquer jornalista que queira anunciar que Portugal chegará hoje aos 100 mil óbitos... por todas as causas.

E não me admira por três razôes: 

1) estão tão entretidos com a covid, e mais covid, e só covid, que nem sequer se apercebem que há mais perigos nesta vida do que a covid.

2) ao anunciar 100 mil óbitos teriam de admitir que menos de 2,7% foram causadas por covid e que termos chegado tão cedo no ano a essa cifra se deveu ao excesso de mortes por outras causas (leia-se, estado de sítio do SNS), que superam os 7%.

3) neste momento, a imprensa só segue a narrativa oficial, e andam  excitadíssimos com as restrições e a possibilidade de um recolher obrigatório.

Para se ter uma ideia da situação anómala deste ano, e não foi por causa da covid, vejam em que dia se chegou à fasquia dos 100 mil nos anos anteriores:

2009 - 17 de Dezembro

2010 - 12 de Dezembro

2011 - 23 de Dezembro *

2012 - 6 de Dezembro

2013 - 11 de Dezembro

2014 - 17 de Dezembro

2015 - 2 de Dezembro

2016 - 3 de Dezembro

2017 - 4 de Dezembro

2018 - 18 de Novembro

2019 - 23 de Novembro

2020 - 4 de Novembro



terça-feira, 3 de novembro de 2020

DO POLÍGRAFO, DAS GRIPES E DAS PNEUMONIAS OU DO "COMO SUBVERTER UM SERVIÇO DE FACT CHECKING"

O "fact checking" é um serviço público fundamental nesta época das "fake news". Em Portugal, o jornalismo deveria ter começado a fazer "fact checking" internamente, mas desde que a pandemia nasceu têm-se multiplicado na imprensa a verificação de factos sobretudo transmitidas nas redes sociais. Internamente, está quieto!

Não vou aqui discutir quem faz , pessoalmente, esses "fact checking", embora adiante que gostasse de ver jornalistas mais tarimbados em vez de jornalistas que parecem ter saído da faculdade de comunicação social anteontem sem saber "puto" de outras áreas, muitas delas complexas.

Mas não querendo tergiversar mais, vamos então focar-nos no Polígrafo da SIC que é o mais conhecido "fact checking" nacional e que se tem mostrado particularmente activo. Sobre o coronavíris já escreveram mais de duas centenas de artigos (deixei de contar quando cheguei aos 200). As abordagens são sempre claramente tendenciosas, sobretudo na selecção dos temas a tratar, porque, na verdade, colocam sempre a tónica na resposta a uma pergunta, o que que nem sempre é válido. 

Queria hoje escrever também sobre uma entrevista feita no programa da SIC, mas na verdade terei de me debruçar sobre a última questão abordada pelo Polígrafo, que foi: "Há menos casos de gripe e internamentos em cuidados intensivos do que nos anos anteriores?"

E a seguir vem Gustavo Sampaio, director do Polígrafo, escalpelizar, com dados comparativos, que a afirmação é FALSA porque não ha registo agora de internamentos em UCI por gripes, porque o período da época gripal está cronologicamente a começar, nem havia no ano passado.

Esta é uma forma de "artista" para meter mais um FALSO numa questão que é absurda. A gripe, em si mesma, raramente causa mortes. Se olharmos para os dados da Plataforma da Mortalidade, observamos que a gripe (influenza) apenas surge como causa de morte quando associada a outras infecções respiratórias (código J100-J118 do CDI-19 da OMS). Não é a gripe em si que constitui problema, mas as infecções subsequentes (oportunistas) que se desenvolvem no decurso de uma gripe, incluindo as pneumonias e as infecções respiratórias afins, que essas sim matam mais de 6.000 pessoas por ano.

Aliás, tenho aqui mostrado e demonstrado (e aqui em baixo surge mais um printscreen do SNS) que se tem observado uma queda de cerca de 65% das infecções respiratórias em Portugal desde o início da pandemia. Essa é uma evidência indesmentível, tal como é uma evidência indesmentível (porque vinda da própria OMS), que a actividade gripal quase desapareceu em todo o Mundo, mesmo em países do Hemisf´rio Sul (eg. Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Brasil) onde as gripes surgiam naturalmente em anos anteriores entre Junho e Setembro).

Mas voltando a Portugal. Sabendo-se que só as pneumonias resultam em cerca de 120 hospitalizações diárias em anos anteriores, e que mesmo em meses de Primavera e Verão ocorriam, em anos anteriores internamentos e mortes e internamentos, é sensato admitir que em 2020, desde Março, não só tenham diminuído os internamentos em enfermaria como também em UCI por estas doenças. Mas isso não foi analisado pelo Polígrafo. Não lhes interessava.

Portanto, a pergunta que Gustavo Sampaio deveria ter feito era: Há menos casos de pneumonias e internamentos em cuidados intensivos do que nos anos anteriores?"

Deveria ter sido esta a questão feita, e respondida a preceito. Mas se calhar não lhe era conveniente. Podia dar outros exemplos, mas este serve perfeitamente para mostrar como o Polígrafo tem estado a servir sobretudo para formatar a opinião pública. Aproveita para rotular como falsos coisas que são obviamente absurdas (e que eu próprio assinaria), mas em muitas outras situações segue, de forma cirúrgica, apenas a linha da narrativa oficial (sem sequer checkar, por documentos, se as afirmações oficiais são verdadeiras), ou então não enfrenta a questão essencial e selecciona outra paralela e acaba por encontrar argumentos para negar o assunto essencial. Isto dava um estudo sociológico.

Resumindo e concluindo: eu vou aqui afirmar o seguinte, esperando que possa ser desmentido factualmente pelo Polígrafo: HÁ MENOS CASOS DE PNEUMONIAS (E DOENÇAS AFINS) E INTERNAMENTOS EM CUIDADOS INTENSIVOS (POR SI PROVOCADAS9 DO QUE EM ANOS ANTERIORES. Não estou, obviamente, à espera que o Polígrafo me venha dar resposta pessoal. São demasiado importantes para isso. 

Nota: Nas imagens coloquei também o dashboard com a monitorização da gripe e outras infecções respiratórias (pormenor painel completo, que também mostra a queda nos serviços de urgãncia, do SNS), a evolução da actividade gripal na Austrália (OMS), onde se mostra que a actividade gripal desapareceu no meio deste ano, podendo-se comparar com o que sucedeu nos anos anteriores).




DO 'NADA DE NOVO' OU DO 'COMO TUDO CONTINUA MAL' OU DO 'AINDA VAI PIORAR'

O estado de sítio do SNS continua a "produzir" mortes, Não é só o SARS-CoV-2. Os dados são tão evidentes que as actualizações mensais apenas confirmam o desastre... As barras amarelas servem apenas para ver o que aconteceu em Março, em Abril, em Maio, em Junho, em Julho (um terror!), em Agosto, em Setembro e, também, em Outubro...

Ah, e morreu muita gente por covid-19 em Outubro? Claro que sim. Eu, suposto "negacionista", garanto que sim! E morreu também gente por outras afecções e doenças, uma parte delas (barras amarelas) que, com um SNS em condições mínimas, não deveria ter morrido. Ah, não morreram nada por causa do SNS, dirão a DGS, o Governo, o doutor Filipe Froes, o doutor Baltazar Nunes, o doutor Gustavo Carona e a imensidão de "covideiros" e "panikeiros"... Isso foi azar, então Nosso Senhor decidiu chamar mais cedo uns quantos justos, que, além do mais, nem precisaram da homenagem de ontem em Belém. 

Atenção! Atenção! Não estou a comparar as barras amarelas com as barras vermelhas, porque sei que nada se pode comparar à covid, caso contrário lançam-se as Fúrias sobre mim, e arrisco nova e mais gravosa suspensão do FB.

Vou arriscar só uma coisa... Depois dos ventiladores, o Governo entreteve-se em compras massivas de testes PCR, pensando que isso resolvia o problema, e agora anda numa azáfama de medidas e contra-medidas e outras picuinhices, mudando leis a cada ai. Mexe-se agora só que se diga que não se mexe, porque se se mexe não está parado. E se tudo correr mal não é por causa do Governo que se esteve sempre a mexer. É por causa dos portugueses que se infectam de propósito... tal como comem açúcares de propósito, bebem álcool de propósito, fumam de propósito, e vivem só com um propósito: sobrecarregar o SNS... que só não funciona bem porque os portugueses insistem em ficar doentes... de propósito.   

Fonte: SICO-eVM e boletins da DGS




segunda-feira, 2 de novembro de 2020

DO DIREITO A SABER O QUE SE PASSA NOS LARES

Independentemente da questão dos falsos positivos poderem estar a inflacionar a verdadeira incidência da covid, há um facto preocupante que o mês de Outubro revelou: os mais idosos (que, recordem, eu sempre assumi ser o grupo de risco a proteger, por ser o único à qual a covid constitui um verdadeiro perigo) continuam tragicamente desprotegidos. 

Estranha e inexplicavelmente, os mais idosos estão mais desprotegidos do que as crianças, que estão nas creches ou nas escolas primárias (menores de 10 anos), e do que os adolescentes que estão no secundário ou nos primeiros anos da universidade (10-19 anos). Parece que o melhor será colocar os maiores de 80 anos nas creches e nas escolas para ver se ficam mais protegidos...

É certo que, conforme mostra o gráfico que vos apresento, entre Setembro e Outubro observa-se um forte crescimento generalizado da incidência de casos positivos por grupo etário (medido por novos casos no mês por 100 mil habitantes do grupo). Porém, esse crescimento absoluto e relativo é mais preocupante nos maiores de 80 anos, cuja taxa de incidência somente é ultrapassada pelos grupos dos 20-50 anos.

Gostava de vos chamar especial atenção para uma muitíssimo clara existência de uma tendência decrescente da incidência entre grupos etários a partir dos 20-29 anos (que estará relacionada com a diminuição dos contactos sociais). Entre o grupo dos jovens adultos (20-29 anos) e o grupo dos 70-79 anos passa-se de uma incidência de 1.112 (por 100 mil) para 404, sendo que em todos os grupos intermédios se observa uma diminuição,

Ora, porque razão essa tendência não diminui para o grupo etário seguinte (maiores de 80 anos)? São os tais malfadados netos e filhos que os estão a infectar? Mas os idosos de 70-79 anos (e até os 60-69 anos) também não são avós e pais?

Não será porque, na verdade, uma parte muito substancial dos cerca de 675 mil idosos com mais de 80 anos vivem em lares onde, enfim, pouco ainda se sabe aquilo que verdadeiramente se lá passa?

Qual a razão para se saber mais sobre os lares estrangeiros do que sobre os lares portugueses? O que se passa em concreto nos lares portugueses? Quantos infectados por dia? Quantos internados? Quantos óbitos por dia e concelho? Qual o motivo para essa questão seja quase um segredo de Estado fechado a sete chaves pela DGS? 




DO PEDIDO DE CHAMADA DE UM ADULTO À SALA PARA PÔR ORDEM NA LOUCURA

O gráfico que apresento é muito simples. Mostra a mortalidade média diária em Outubro para todos os países da UE, mas padronizada à população portuguesa, para se ter um melhor termo de comparação.

Como se tem visto, na QUASE generalidade dos países, o mês de Outubro apresentou um forte agravamento da mortalidade (e ainda mais dos casos positivos), embora em níveis mesmo assim inferiores a Abril, com algumas excepções sobretudo de países de Leste.

No entanto, chamo apenas a atenção para uim "pormenor", que afinal é essencial: os países com melhor desempenho (Finlândia, Suécia e Estónia) são APENAS aqueles que incluem estratégias racionais SEM uso obrigatório de máscaras.. Bem sei que as máscaras foram eleitas como uma espécie de crucifixo para afugentar o demónio, mas talvez não fosse errado olharmos para as estratégias dos três países nórdicos e olhássemos para aquilo que políticos histéricos nos andam a fazer. Lembrem-se do que sucedeu em Abril com a histeria dos ventiladores que, afinal, está agora a concluir-se, mataram mais do que salvaram, porque se andou a entubar tudo e mais alguma coisa.

Acho, sinceramente, ser tempo de chamar adultos à sala.

P.S. E nunca esperem que Froes & Ca. Lda. venham sequer um dia admitir que estavam equivocados, e muito menos que estavam profundamente errados. Jamais. Pelo contrário.

Fonte: Wotldometers para obtenção da mortalidade de cada país, tendo depois sido feita a padronização para a população portuguesa (cerca de 10,2 milhões de habitantes).




domingo, 1 de novembro de 2020

DO "ISTO NÃO É UMA COMPARAÇÃO" OU DA COVID E DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS EM PORTUGAL

Estive a fazer um levantamento dos óbitos por infecções respiratórias nos anos de 2014 até 2018 no Portal da Mortalidade (atenção FB, são dados oficiais), de acordo com a classificação da OMS (CDI-10, códigos J100-J22). Através dos dados da Vigilância dos Episódios de Gripe e de Outras Infecções Respiratórias (atenção FB, são dados oficiais), recolhi os dados das ditas infecções entre os anos de 2017 e 2020 para o período Março-Outubro, permitindo assim calcular a taxa de letalidade das ditas infecções para os anos de 2017 e 2018 (1,68% e 1,61%, respectivamente), e a partir delas estimar os óbitos para o período homólogo dos anos de 2019 e 2020. Note-se que 2020 registou uma quebra de 60% nas infecções respeiratórias, o que indicia que a mortalidade tambem tenha descido proporcionalmente.

Aplicado aos grupos etários (2014, 2015, 2016, 2017 e 2018 com dados reais; 2019 e 2020 com dados por estimativa, confome indicado), em baixo estão os quadros, para os quais se tiram as seguintes constatações:

1º Gráfico - Nos maiores de 70 anos, a covid apresentou, para o período em análise, uma mortalidade inferior à das infecções respiratórias em anos anteriores, Se somada com as infecções respiratórias (estimadas), a mortalidade é similar à dos anos anteriores apenas com infecções respiratórias. Ou seja, covid até agora sem efeito relevante na mortalidade por infecções de origem respiratória. Note-se que este grupo etário é, de longe, o que apresenta uma maior taxa de mortalidade total e por infecções respiratórias. Em anos anteriores, 93% das mortes por infecções respiratórias atingiram pessoas com mais de 70 anos.

2º Gráfico - A covid apresentou mortalidade superior às infecções respiratórias (ceerca de 25% mais) no grupo dos 60-69 anos. No caso dos grupos etários dos 40-59 anos, a covid apresentou mortalidade relativamente similares à das infecções respiratórias. Em 2020, se somada a covid com as infecções respiratórias (estimadas),, os valores mostram-se mais elevados para o grupo dos 50-59 anos e sobretudo 60-69 anos. No entanto, como referido, estes grupos etários têm, geralmente, uma muito baixa mortalidade por infecções respiratórias.

3ª Gráfico - Nos menores de 40 anos, tanto a covid como as infecções respiratórias são causa pouco provável de morte. Os valores são muitíssimo baixos, embora se confrontada directaente a covid com as infecções respiratórias, estas até matavam mais em anos anteriores. Por exemoplo, em 2016, para o período em análises mataram 21 pessoas com menos de 40 anos, enquanto que a covid matou, em período homólogo, 9 pessoas. Somando covid com as estimativas da mortalidade por infecções respiratórias em 2020, atinge-se um valor muito semelhante à média dos anos anteriores. Ou seja, não se manifesta qualquer impacte agravante da covid nos menores de 40 anos.

Fonte: 

Plataforma da Mortalidade (SNS, vd. aqui)

Monitorização da Gripe e Outras Infecções Respiratórias (SNS, vd. aqui)

Boletins diários da DGS sobre c*v*d (até ao registo de 31 de Outubro de 2020)